Vietnamita e norte-coreana aguardam 30 anos pelo casamento que o governo impediu

Uma notícia má por um lado, boa por outro:

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Vietnamita e norte-coreana aguardam 30 anos pelo casamento que o governo impediu

Pham Ngoc Canh, um vietnamita, e Ri Yong-hui, uma norte-coreana, são protagonistas de uma história de amor que venceu a política e a mentira, durante 30 anos... Pham visitou a Coreia do Norte em 1971, como estudante de Química, e apaixonou-se por Ri. Era estrangeiro e, por isso, o casamento foi impedido pelo governo. Pham Ngoc Canh enviou cartas de amor e recebeu respostas de que Ri Yong-hui estaria morta. Não acreditou e hoje vive ao lado da mulher da sua vida. Esperaram 30 anos pelo dia do casamento...

A história de amor que une Pham Ngoc Canh e Ri Yong-hui começou a escrever-se em 1971, quando o vietnamita visitou a Coreia do Norte e se apaixonou, num sentimento recíproco, que esta norte-coreana também guardou durante 30 anos. Três décadas incapazes de destruir sentimentos.

Estudante de química, Pham Ngoc Canh visitou, um dia, um laboratório onde estava a mulher da sua vida. E bastou o primeiro olhar para se prender ao amor por Ri Yong-hui. Queria casar, mas o governo da Coreia do Norte impedia as uniões de mulheres coreanas com estrangeiros. Este vietnamita não se conformou.

Deixou a Coreia em 1973 e estabeleceu contactos, por carta, durante três décadas. Canh estabeleceu contactos com a embaixada da Coreia do Norte, para que lhe permitissem casar com Yong-hui. Ao longo de 20 anos, escreveu dezenas e dezenas de cartas de amor.

Pham Ngoc Canh era tradutor e trabalhava com desportistas que se deslocavam ao estrangeiro, sendo que a Coreia do Norte era um dos países que visitava frequentemente. O vietnamita foi afastado do sonho de se casar. Disseram-lhe que Ri Yong-hui tinha casado. Não acreditou. Mais tarde, apresentaram a ‘certidão de óbito’ da sua amada. Voltou a duvidar.

Passavam anos e a paixão não esmorecia. Pham Ngoc Canh não esmorecia e sabia que, algures, Ri Yong-hui o aguardava. Selado com o elixir da eterna juventude, este amor perdurou e o vietnamita e a norte-coreana estavam fisicamente longe, mas unidos no mesmo propósito: a felicidade de uma união amorosa.

Até que, em 2001, Pham Ngoc Canh vê uma oportunidade única de reencontrar a mulher por quem se apaixonara em 1971: uma delegação do Vietname iria visitar Pyongyang, na Coreia do Norte. O vietnamita escreveu uma carta ao Presidente do seu país e recorreu até ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do seu país. A política iria selar o amor que a política quase destruíra.

Este derradeiro esforço do vietnamita deu frutos. Algum tempo depois, recebeu uma autorização das autoridades norte-coreanas, que concederam autorização para que Pham Ngoc Canh e Ri Yong-hui se cassassem.

O casamento chegou no ano seguinte, em 2002. Uma cerimónia gigante, à altura de uma bela história de amor. Não é o final feliz desta história. Hoje, ambos contam 60 anos de vida, estão casados há dez e vivem na capital do Vietname.

São vistos de forma frequente a passear nas ruas de Hanói, abraçados, ou na velha motorizada de Pham. Vivem numa casa pequena, onde cabem dois corações gigantes, que transbordam sentimento e alojam uma história notável. "Quando a vi pela primeira vez, em 1971, desejei que ela se tornasse minha esposa", recorda o vietnamita.

@ http://www.ptjornal.com/201202215586/insolito/pham-ngoc-canh-vietnamita-ri-yong-hui-coreia-norte.html

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