Paganismo na Alemanha Nacional-Socialista.

"A cidade de Munique estava enfeitada com estandartes castanho-avermelhados, simbolizando o sangue derramado, sobre os quais se via três runas vermelhas, consagradas ao antigo deus germânico Wotan. As chamas, que ardiam nas muitas taças cheias de azeite e sustentadas por colunas, simbolizavam o fogo do sacrifício dos sacerdotes germânicos, de onde, segundo a tradição das sagas nórdicas, se elevavam os heróis até Valhalla, a Arcádia dos antigos Germanos."

"Assim ressuscitou o Partido Nacional-Socialista os mitos desaparecido há milhares de anos. Tudo isto, na muito católica Munique."

In, "O livro de Hitler." Livro constituído por relatórios e investigações de agentes do NKVD, Polícia Secreta da ex-URSS. Organizado pelos historiadores alemães, Henrik Eberle e Mathias Uhl.

A cerimónia retratada na transcriçao acima é alusiva ao feriado anual do III Reich em que honravam os militantes do Partido Nacional-Socialista que tombaram em confrontos com a polícia ou com militantes de partidos adversários, muito antes da chegada ao poder de Hitler, quando a sociedade civil da frágil democracia germanica era tao interessante quanto agressiva e heterogénea. Acreditem que naqueles tempos, ninguém dizia que a política era aborrecida, ou que eram todos iguais.

Um pequeno apontamento às declaraçoes dos investigadores do NKVD: na verdade nao eram mitos desaparecidos "há milhares" de anos, mas há algumas centenas, sim.

Obrigado a quem le!

Heróis são heróis. Em que altura o sejam, de que lado tenham lutado.

Este tema é pertinente.
Digamos que, o paganismo surge na "Alemanha Moderna" em meados do século XIX através do interesse pelas origens germanicas. Posteriormente, surge a Sociedade Thule no século XX como organização similar à Maçonaria divergindo apenas, na base ideológica. A finalidade desta sociedade é instaurar um regime politico germanico que pudesse fazer oposição ao multiculturalismo que se instaurara na Alemanha. Rudolf von Sebottendorff, fundador e lider da sociedade, foi mentor de Hitler e do Partido Alemão dos Trabalhadores. Ao que parece, viam em Hitler um "profeta" do novo mundo. O "simbolismo nazi" resulta do paganismo nórdico: A cruz suástica, é um dos simbolos de magia ritual mais importantes neste culto, bem como o simbolo da juventude hitleraniana que representa o deus Thor e as "SS" que é a runa solar duplicada.
O paganismo nórdico, que não é exclusivamente da Alemanha, foi bastante associado ao Partido Alemão dos Trabalhadores. Acualmente, longe destas associações depreciativas, é um culto religioso de respeito, um pouco similar com a religiosidade celta e com alguns praticates por aí fora.

Bem haja.

A suástica é um símbolo indo-europeu pagão universal (ainda hoje é usada em templos hindus por essa ásia fora). Daí ser pouco lógico ser proibida a sua ostentação, por exemplo, na Alemanha. O que diziam os Historiadores alemães (e ainda é uma teoria com muitos adeptos), é que os europeus exportaram a sua religião para o resto do mundo.

Quanto ao III Reich, não era um regime "pagão". Havia tendências, e é óbvio que não era uma questão importante, nem pouco mais ou menos. Himmler e outros, tinham bastante interesse no pan-germanismo, e na sua religião antiga. As SS eram uma organização orientada nesse sentido. Quanto a Hitler, era difícil saber. Inicialmente era um cristão convicto, embora à sua maneira. Tentou "germanizar" Jesus Cristo, afirmando que a sua lenda era germânica, o que nao tem lógica. Outra teoria interessante, embora esquizofrénica, diz que Jesus Cristo é uma apropriação da sua seita, do deus Balder. A inocência, a luz, o bem, etc.

Hitler era mais influenciável do que se pensava, e não seria assim tão culto. O uso da suástica como símbolo do partido não foi sua ideia (como nem sequer os campos de concentração, se me permitem o àparte não relacionado com este tema).

Mas, no caso da Alemanha ter vencido a guerra, certamente não seria o Cristianismo a religião de Estado. Provavelmente a longo prazo, principalmente depois de educadas as gerações mais jovens no regime, este evoluiria para uma religião pan-germânica com muita inspiração no Paganismo Antigo.