Relógios adiantam 60 minutos no domingo
Portugal Continental e a Madeira voltam à hora de verão ao adiantar os relógios 60 minutos à 01:00 de domingo, para as 02:00, enquanto nos Açores a alteração realiza-se às 00:00, informa o Observatório Astronómico de Lisboa.
O diretor da instituição, Rui Agostinho, disse hoje à agência Lusa que "todos os países no espaço europeu irão fazer a transição da hora de inverno para a hora de verão, no mesmo instante, à mesma hora".
Portugal decide "qual a hora oficial que pretende ter", se é a do fuso do meridiano de Greenwich, do fuso menos um ou menos dois, mas em relação à hora de verão deixou de ser uma competência nacional e passou a ser uma decisão no âmbito da União Europeia (UE).
O último domingo do mês de março foi selecionado para concretizar a alteração para a hora de verão e o último domingo de outubro para passar à hora de inverno, "uma escolha política, no sentido de que não foi uma escolha científica, o que está na génese não é uma decisão de caráter astronómico", explicou o especialista.
O diretor do Observatório referiu que a maior parte das pessoas adaptam-se com alguma facilidade a esta alteração e reajustam o relógio interno biológico, mas "existe uma pequena fração que diz que sente essa mudança da hora terrivelmente".
A hora que "interessa às pessoas", a dita hora civil, "é a rotação do planeta, é a maneira como nós vemos o sol e toda a nossa vida está associada à sucessão do dia e da noite", como explicou Rui Agostinho.
O Observatório, que comemora este ano 150 anos, está à frente da Comissão Permanente da Hora para "manter a independência científica em relação à hora".
A Comissão tem representantes dos ministérios, mas também de setores como comércio, indústria, agricultura, turismo e educação.
"Há que jogar entre ter uma hora matematicamente idêntica àquilo que é a posição do sol ou, por questões de vida social e económica, tentarmos aproximar mais do espaço europeu", realçou o responsável.
E apontou: "Temos em média uma diferença de 37 minutos sistemática durante o ano e isso vem da história da hora do nosso país".
"Conseguimos viver o desfasamento de 37 minutos sem sentirmos a vida fortemente afetada em relação à luz solar que temos no dia a dia", acrescentou.
@Lusa