Efeitos práticos dos aventureirismos do Bloco de Esquerda e PCP.

Há coisas que me fazem uma certa confusão. Quando a Esquerda Parlamentar consegue e provoca a demissão de um governo do PS, quem pensa que será governo a seguir?

HUM, VAMOS PEGAR NA NOSSA HISTÓRIA PÓS CONSTITUIÇÃO DE 76...

WAIT: PSD!

OU, AINDA "MELHOR": PSD+CDS!

Não compreendo.

Sendo o Paulo Portas um verdadeiro animal político, algumas sondagens já colocam o CDS com mais de 10 pontos percentuais. Quanto ao Bloco de Esquerda, passa para última força política. (Justiça poética...)

Portanto, efeitos práticos do "combate às políticas de direita do PS":

FMI e Passos+Portas no Governo.

Por acaso achei giro, ver o Tio Jerónimo (por acaso até dança bem, o gajo, mas não nasceu para a política), em mais uma das ENÉSIMAS manifestações de libertação socialista (têm dado muito resultado...), dizer: "A vontade do povo é soberana! A única sondagem que nos interessa é a das urnas."

A sério, isto é muito giro, mas é muito pouco pragmático. Obrigado, esquerda parlamentar, por nos porem nas mãos dos privatizadores compulsivos.

Eu não sou do PS, mas enfim, é o que há. Querem derrubar o regime, passem para a clandestinidade e peguem em armas.

Sim há esse problema.
Sempre que o PS sai do poleiro já sabemos que geralmente acabará por ser substituído pelo PSD. É uma tendência portuguesa. Andamos neste ping-pong entre dois partidos que se dizem diferentes na fachada, especialmente nestas alturas, mas que no fundo são idênticos no seu modus operandi.
Infelizmente isto sucede-se, não significa porém que o PS não mereça abandonar de facto o poder, especialmente tendo em conta o que se sucedeu neste último episódio de [des]governo. A grande falha aqui não está em fazer demitir o governo, nope, a falha aqui está nos eleitores que irão saltar mais uma vez para o PSD, perpetuando o problema de governo...

Concordo completamente com o Aelle. Eu também não sou do PS, mas realmente é o que há. O Passos Coelho grita "desgraça" à distância. Se ganhar, o que é provável tendo em conta a nossa história política de PS sai, PSD entra, acho que começo a pensar em emigração, lol. Sem falar na extrema irresponsabilidade que a oposição revelou. Será apenas aparência o facto de o PSD parecer desejoso de poder numa altura em que se deveria pensar em como resolver o buraco económico em que o pais está afundado e não na ascensão a esse mesmo poder? Só este facto é revelador de uma personalidade política duvidosa. Não é aprovado o PEC do PS, será outro PEC, é sempre uma medida de desespero portanto terá sempre consequências menos boas. Não é o do PS, será o do PSD, mas fuga não há, e então cria-se uma instabilidade política numa altura crítica porque se quer subir ao poder? Irresponsabilidade total.

Além disso, como se pode confiar num político cujas opiniões consistem num certo discurso de "salvador da pátria" que diz que faz e que acontece assim à partida? Não se fazem milagres. O Passos Coelho parece-me o verdadeiro caos vindouro. A verdade é que o Sócrates, apesar de por vezes ter omitido o real estado das coisas, foi avisando, foi dizendo que a crise se aproximava, que era real, que as coisas pioravam. Claro que havia esquemas, sim, concerteza, e isso é nítido em muitas notícias diárias, mas chegou a um ponto em que já nem dava para meterem para o próprio bolso. O Sócrates não queria afundar o país, qual seria a lógica ou proveito? Estava a trabalhar para o tentar levantar, e novamente frisando que não sou do PS e que como o Averróis disse, havia um certo des-governo e muitos defeitos no Sócrates, quem mais há? (que realisticamente subisse ao poder).

E o problema não é simplesmente dos eleitores que saltam para o PSD, o problema é a falta de opções, porque na verdade os restantes partidos além de PS e PSD são opções para terem mais deputados e formarem um equilíbrio na assembleia (necessário) e manterem o poder em cheque, mas, e peço perdão se ofender susceptibilidades ou preferências políticas, não são viáveis para a governação do país. Portanto em que se fica? É complicado, mas sinceramente, epá tudo menos Passos Coelho, alguém concorda? Acho que se ganhar, ou quando ganhar, vomito.

Diarmuid escreveu:

(...) mas, e peço perdão se ofender susceptibilidades ou preferências políticas, não são viáveis para a governação do país. Portanto em que se fica? É complicado, mas sinceramente, epá tudo menos Passos Coelho, alguém concorda? Acho que se ganhar, ou quando ganhar, vomito.

Acho que não temos dados suficientes para tecer uma conclusão em relação a isso, pois basicamente nunca vimos esses partidos in loco dos que habitualmente estão no poder. Portanto apenas podemos especular.
Tirar uma conclusão de governabilidade a partir de um partido pequeno, sem que este tenha acesso aos recursos dos grandes partidos, é sempre um pouco injusto e é uma estratégia usada pelos grandes partidos para descredibilizar as alternativas a que temos direito. Acho que a capacidade nunca pode ser medida assim, mas sim em termos de propostas concretas e as suas filosofias de governo... e mesmo assim, no fundo, só poderíamos tirar conclusões acertadas e lúcidas após uma experiência com esses partidos alternativos no governo

Averróis escreveu:

Diarmuid escreveu:

(...) mas, e peço perdão se ofender susceptibilidades ou preferências políticas, não são viáveis para a governação do país. Portanto em que se fica? É complicado, mas sinceramente, epá tudo menos Passos Coelho, alguém concorda? Acho que se ganhar, ou quando ganhar, vomito.

Acho que não temos dados suficientes para tecer uma conclusão em relação a isso, pois basicamente nunca vimos esses partidos in loco dos que habitualmente estão no poder. Portanto apenas podemos especular.
Tirar uma conclusão de governabilidade a partir de um partido pequeno, sem que este tenha acesso aos recursos dos grandes partidos, é sempre um pouco injusto e é uma estratégia usada pelos grandes partidos para descredibilizar as alternativas a que temos direito. Acho que a capacidade nunca pode ser medida assim, mas sim em termos de propostas concretas e as suas filosofias de governo... e mesmo assim, no fundo, só poderíamos tirar conclusões acertadas e lúcidas após uma experiência com esses partidos alternativos no governo

Indeed, no entanto, podemos analisar os ideiais políticos, discurso, e modus operandi desses partidos, e dai tecer conclusões. Agora aplica uma cenário hipotético de governabilidade atribuida a eles. Sim claro, poderíamos ter surpresas, afinal de contas, é hipotético, mas experimenta lá essa reflexão mental, e vê no que iam dar esses partidos mais pequenos. Eu gosto bastante de alguns até, mas para governarem?? Lol, só não vou ser especifico acerca de cada um desses partidos porque posso estar a ferir preferências políticas e não gosto de entrar por ai.