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Assunto: Educação em Portugal Qua Jun 29, 2011 2:09 pm
Bem parece que o Nuno Crato já está a trabalhar na pasta da educação.
Citação :
Exames vão deixar de ser feitos pelo Ministério da Educação
As provas e exames nacionais do ensino básico vão deixar de ser feitas pelo Ministério da Educação. No programa hoje apresentado pelo Governo uma das medidas previstas é a da constituição de “uma unidade autónoma e independente, capaz de se relacionar com entidades internas e externas ao Ministério da Educação, com competências científicas em várias área, de forma a conceber e aplicar provas e exames nacionais validados, fiáveis e comparáveis”.
Actualmente as provas e os exames nacionais são elaborados pelo Gabinete de Avaliação Educacional, que é um organismo do Ministério da Educação. A proposta de retirar estas competências da esfera do Ministério já estava contemplada no programa eleitoral do PSD e é uma velha reivindicação do agora ministro da Educação, Nuno Crato. Este modelo é seguido na Grã-Bretanha entre outros países.
Confirma-se também que vão passar a existir mais exames, mas ao contrário do que constava no programa do PSD e também era defendido por Crato, estes não serão aplicados no 4º ano, mas no 6º ano passará a existir uma prova de final de ciclo com peso na avaliação final, o que não acontece com as provas de aferição que actualmente são realizadas pelos alunos do 4º e 6º anos. No 9º, 11º e 12º ano mantêm-se os exames nacionais.
A educação é apresentada como “o desafio do futuro”. O Governo assume como missão “a substituição da facilidade pelo esforço, do laxismo pelo trabalho, do dirigismo pedagógico pelo rigor científico, da indisciplina pela disciplina, do centralismo pela autonomia”. Pretende-se reforçar a autoridade do professor.
Como também já fora defendido pelo PSD e CDS, vai proceder-se a uma “redução da dispersão curricular do 3º ciclo”.
A reforma curricular do ensino básico, que previa o fim da Área de Projecto e do Estudo Acompanhado, aprovada pelo anterior Governo, foi suspensa pelo parlamento, com os votos do PSD e CDS. Ambos os partidos não se opuseram às extinções propostas, mas condenaram uma reforma que, segundo eles, se destinava apenas a concretizar cortes na despesa, sem avançar com medidas que consideram essenciais. Como, por exemplo, o reforço da aprendizagem da Língua Portuguesa e Matemática, que no programa do Governo é um das medias apontadas para o 1º ciclo,
No ensino secundário a “grande aposta deve incidir num sistema de formação dual que articule a formação teórica das escolas profissionais com a formação prática nas empresas”. Actualmente quase 40 por cento dos alunos do ensino secundário já estão em cursos profissionais.
Contratos de associação com concurso público Como se esperava, o Governo irá defender os contratos de associação com as escolas particulares, que começaram a ser cortados pelo anterior executivo, mas introduzirá uma novidade: estes contratos serão precedidos de concursos públicos. A reorganização da rede escolar em curso irá prosseguir com a constituição de mais “mega-agrupamentos”. A autonomia das escolas (pedagógica e organizacional) é apontada como uma política essencial.
Promete-se uma “intensa desburocratização” e a simplificação do Estatuto da Carreira Docente - não são apresentados mais pormenores - que ocorrerá a” a par doe estabelecimento de medidas que reforcem as competências dos directores de escola”. Também como anunciado será reformulado o modelo de avaliação do desempenho dos docentes. Objectivos: “desburocratizar o processo e promover um regime exigente, rigoroso autónomo e de responsabilidade” que poderá ir beber a outros modelos, nomeadamente o que se encontra em vigor no ensino particular, conforme fora defendido pelo CDS.
No ensino superior defende-se, para o politécnico, o “investimento nos cursos de especialização tecnológica e outras formações de curta duração”. A Agência de Avaliação e Acreditação manter-se-á em actividade. Será revista a legislação relativa ao processo de Bolonha, “em particular com vista à simplificação de processos no que se refere à criação e alteração de cursos”, os quais constituem uma parte substancial da actividade da agência de avaliação.
Sem promessas concretas ficam as reivindicações de vários reitores sobre a fusão de universidades e faculdades. No programa do Governo afirma-se apenas que se vai estudar “possíveis medidas conducentes à reorganização da rede pública de instituições de ensino superior, com eventual especialização as instituições em termos de oferta de cursos e de investigação”.
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Assunto: Re: Educação em Portugal Qua Jun 29, 2011 6:40 pm
Sou a favor da realização dos exames por outra entidade, mas os testes intermédios devem seguir também esse processo.
Uma coisa que eu reparei é que relativamente aos exames, os testes intermédios são muito mais fáceis. Isso nota-se especialmente nas disciplinas de física e química e matemática. Claro, posso notar isso porque nos exames há mais nervosismo associado do que nos testes intermédios, mas parece-me que a minha opinião é geral, logo deverá ser verdade. Resumindo: a mudança do grau de dificuldade acaba por prejudicar os alunos porque vão a contar com uma coisa que não existe. Ouvem o ano todo que os testes intermédios servem para os preparar para o exame e, no fim, acabam precisamente por saír prejudicados. Conclusão: devem aumentar o grau de dificuldade quer dos testes intermédios, quer dos exames, e com isto eu concordo.
Relativamente à avaliação dos professores, acho que é de máxima importância. Não conheço os pormenores todos do antigo modelo, mas realmente ele não parece ser grande coisa: colegas a avaliar outros colegas, professores aos quais são dados a escolher as aulas que querem ver avaliadas, e demasiada burocracia, sendo que disto queixam-se os professores, pelo que não posso dizer se acontece ou não.
Quanto ao facto dos professores poderem escolher a altura em que querem ser avaliados, poderá haver quem contra-argumente que os alunos também sabem o dia em que vão ter testes ou exames; isso está tudo certo, mas o que é facto é que muitos professores nas aulas em que são avaliados alteram drasticamente o método de ensino. Posso-vos dizer que da minha experiência, apenas um professor meu agiu normalmente durante a sua avaliação - os restantes fizeram melhorias significativas, que duraram apenas um dia. E, se querem excelência por parte dos alunos - com a qual concordo, obviamente - é necessário podar a classe docente.
Apesar de existirem bons e maus profissionais em todas as áreas, há professores que são exageradamente maus, sendo isso do conhecimento público, e no entanto mantém os seus cargos. O que disse nesta linha refere-se exclusivamente à escola onde eu ando, por isso não estou a falar por falar. Nem quero também, como é óbvio, generalizar.
Escolas privadas: se sou a favor ou não de privatizações é irrelevante. Os meus conhecimentos de economia são muito limitados, por isso não vou entrar por aí. Isto para dizer o seguinte, que muita gente sabe: o facilitismo em muitas escolas privadas é assustador. Tenho também conhecimento de colegas meus que abandonaram a minha escola (que é pública) com médias de 11, 12 e 13, e encontram-se neste momento com médias de 16 para cima. Os seus hábitos de estudo não sofreram alterações. Aliás, se não houvesse esta inflação de notas em algumas escolas privadas não se veria tantos alunos a mudar para elas porque querem entrar em Medicina.
Por isso acho que as escolas privadas deviam ser mais fortemente vigiadas do que o que estão a ser atualmente.
Quanto à avaliação dos professores, a primeira ideia que surge é a criação de uma entidade independente para avaliar os professores. Não sei é se poderá ser viável ou não, dado o grande número de professores, mas pronto. O que eu posso dizer enquanto aluno é simplesmente aquilo que acho que poderia ser melhorado.
Kraft durch Freude Herói/Heroína mitológic@
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Assunto: Re: Educação em Portugal Qua Jun 29, 2011 7:17 pm
Nuno escreveu:
Quanto ao facto dos professores poderem escolher a altura em que querem ser avaliados, poderá haver quem contra-argumente que os alunos também sabem o dia em que vão ter testes ou exames; isso está tudo certo, mas o que é facto é que muitos professores nas aulas em que são avaliados alteram drasticamente o método de ensino.
Isso está tudo errado. Os professores não podem, não devem e faz-me comichão que sejam comparados aos alunos. Numa escola os professores não são alunos nem estão em situação para ser comparados com os mesmos.
...isto independentemente do argumento em questão. Só para que fique claro, não tenho nenhuma opinião sobre essa questão da possibilidade de escolha da altura em que os professores são avaliados.
Queen Artista
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Assunto: Re: Educação em Portugal Qua Jun 29, 2011 7:46 pm
So far so good, a ver vamos....
Urânia Rei/Rainha
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Assunto: Re: Educação em Portugal Qua Jun 29, 2011 9:02 pm
Kraft durch Freude escreveu:
Nuno escreveu:
Quanto ao facto dos professores poderem escolher a altura em que querem ser avaliados, poderá haver quem contra-argumente que os alunos também sabem o dia em que vão ter testes ou exames; isso está tudo certo, mas o que é facto é que muitos professores nas aulas em que são avaliados alteram drasticamente o método de ensino.
Isso está tudo errado. Os professores não podem, não devem e faz-me comichão que sejam comparados aos alunos. Numa escola os professores não são alunos nem estão em situação para ser comparados com os mesmos.
Precisamente. Não se pode comparar a situação dos alunos com a dos professores. E há muita gente que os coloca na mesma balança.
Estou com alguma esperança que Nuno Crato, revolucione positivamente a forma como se faz educação em Portugal. Se ele cumprir com tudo o que diz.... vai ser bom
Manwë Mestre
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Assunto: Re: Educação em Portugal Qua Jun 29, 2011 9:07 pm
Apesar de não me parecer que o tenham feito, quero dizer que eu não acho que os professores devam ser avaliados da mesma maneira que os alunos, nem acho que na educação os professores devam ter o mesmo peso que os alunos.
Considero inclusive que dotar os professores de mais algum controlo (que seja depois controlado pelo conselho de turma, para evitar autocracias) é uma medida muito benéfica.
Urânia Rei/Rainha
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Assunto: Re: Educação em Portugal Qua Jun 29, 2011 9:18 pm
Nuno escreveu:
Apesar de não me parecer que o tenham feito, quero dizer que eu não acho que os professores devam ser avaliados da mesma maneira que os alunos, nem acho que na educação os professores devam ter o mesmo peso que os alunos.
Considero inclusive que dotar os professores de mais algum controlo (que seja depois controlado pelo conselho de turma, para evitar autocracias) é uma medida muito benéfica.
Eu por acaso citei o Kraft que já continha uma citação tua. Mas não, não estava a dizer que tu concordas com isso.
Urânia Rei/Rainha
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Assunto: Re: Educação em Portugal Qui Dez 15, 2011 3:11 pm
Citação :
O documento que orienta o ensino básico desde 2001 será substituído por metas curriculares centradas nos conteúdos que alunos devem dominar.
É o ponto final na matriz definida para o ensino básico pelos governos socialistas de António Guterres. Primeiro desaparecerem as áreas curriculares não disciplinares, agora um despacho do actual ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, põe fim à vigência do documento Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais, que desde 2001 foi assumido como a referência central para aquele nível de ensino. As "metas curriculares" que substituirão aquele documento irão ainda ser elaboradas.