Varg Vikernes, (Burzum) solto.

Varg Vikernes lançou finalmente o seu livro, "Trolldom og Religion i Oldtidens Skandinavia" ("Sorcery and Religion in Ancient Scandinavia"). É um livro sobre as antigas religiões da Escandinávia e da Europa em geral, para o qual Vikernes estudou e no qual trabalhou durante os anos em que esteve preso.

Como habitual, Vikernes deixou-nos alguns comentários sobre o livro no seu site.

Kraft durch Freude escreveu:

(...) É um livro sobre as antigas religiões da Escandinávia e da Europa em geral, para o qual Vikernes estudou e no qual trabalhou durante os anos em que esteve preso. (...)

Citação :

Why me? Why this nutcase Norwegian sociopath? The fact is that it could only be written by a person like me; a person with no respect for general conventions whatsoever, with a very different perspective and an even more different approach. If you don't ask the right questions you will never find the right answers. Most writers think conventionally, and therefore they tend to just repeat what others have said before them. They accept the common "truths" and never question anything told them by their professors and other lecturers. They just copy and repeat – and find nothing new. I don't just copy and repeat. I never did, and that's why I have found some important answers other writers have not found before.

Só umas observações ao que ele disse aí:


Se ele esteve preso, como é que foi possível estar em contacto com o que foi realmente a cena a não ser através de terceiros, logo a cingir-se ao que já foi dito/descoberto? No máximo obteve alguns livros de historiadores ou antropólogos que já tenham sido editados.
Logo: se ele não repetiu o que leu, é bom que não tenha especulado ou dado a sua opinião pessoal sem a devida justificação. A menos que os factos suportem a ideia, não me parece que inventar uma visão alternativa vá ser a forma de narrar o que se passava na altura com a maior precisão possível. Na história, tal como no jornalismo, as opiniões pessoais devem ser postas de parte e deve ser narrado de forma imparcial o acontecimento tal e qual como foi possível decifrá-lo através de pistas ou de relatos anteriores ao longo do tempo.

Enquanto disciplina científica, na história não se trata de uma questão de tentar "não copiar" o que já foi dito. Não é uma competição para ver quem copia menos. Não é um trabalho a puxar pela originalidade já que não é nem deve ser uma obra de ficção: é para ser narrada tal como foi e nada mais. Tudo o que é dito deve ser minimamente justificado.


A maior parte dos historiadores e antropólogos de renome não chegaram onde estão porque se meteram a inventar ou a presumir detalhes, ou a forçar "ideias alternativas" mas sim porque fizeram um trabalho de pesquisa fenomenal, investigaram os vestígios e tudo o que seja pista que revele o antepassado de um povo, conseguindo ir mais além dos outros nesse aspecto. Não se destaca quem inventa mais mas sim quem desvenda mais e consegue prová-lo através das evidências (que não devem ser evidências anedóticas). Mas fazer isso requer uma enorme liberdade para ir consultar registos muito antigos, investigar de perto os locais antigos, as inscrições, etc. Um trabalho impossível de fazer dentro da cadeia.

Se quer dizer algo de novo, então não me parece que seja propriamente na cadeia a ler livros já editados que vai conseguir descobrir algo novo, "sem copiar".

Averróis escreveu:

Logo: se ele não repetiu o que leu, é bom que não tenha especulado ou dado a sua opinião pessoal sem a devida justificação. A menos que os factos suportem a ideia, não me parece que inventar uma visão alternativa vá ser a forma de narrar o que se passava na altura com a maior precisão possível. Na história, tal como no jornalismo, as opiniões pessoais devem ser postas de parte e deve ser narrado de forma imparcial o acontecimento tal e qual como foi possível decifrá-lo através de pistas ou de relatos anteriores ao longo do tempo.

Porque raio é que ele não há-de ter dado a sua opinião no livro? Não me lembro de ter lido em lado algum que aquele livro pretende ser um relato científico de factos históricos. Não vejo motivo nenhum para que aquela obra não possa versar sobre a interpretação dele sobre o que os outros historiadores dizem.

Kraft durch Freude escreveu:

Porque raio é que ele não há-de ter dado a sua opinião no livro? Não me lembro de ter lido em lado algum que aquele livro pretende ser um relato científico de factos históricos. Não vejo motivo nenhum para que aquela obra não possa versar sobre a interpretação dele sobre o que os outros historiadores dizem.

Ele pode dar a opinião que lhe apetecer e identificá-la como tal. Mas se ele alega, tal como alegou, que está no livro a apresentar respostas que escaparam aos outros e a narrar o passado com outras perspectivas, então ele aí já está comprometer-se a ir mais além de uma simples opinião, está a tentar encarnar o papel de historiador/antropólogo e mais ainda: com o descaramento de apresentar-se como alguém mais fiável, "algo que só ele poderia fazer porque os outros estão demasiado agarrados a padrões". Ou seja, considera-se acima dos historiadores e antropólogos na relevância do que diz.
Se ele quer ter relevância no que diz, então há que ter em conta que a história, quando é feita de opiniões e não de factos, deixa de ser verdadeiramente história.

Ele dá o livro a conhecer como se de um documento relevante se tratasse em matéria de documentação daquilo que efectivamente eram "A Religião e a Feitiçaria na Escandinávia Antiga".

Tendo em conta isto, ainda achas que ele não disse em lado nenhum que o livro pretende ser um relato dos factos históricos sobre estes assuntos?

Pode, no mínimo, dar novas interpretações ao que já foi descoberto. Se bem que, tendo lido a maioria dos textos que ele foi disponibilizando sobre esses e outros temas, sempre o achei (e até já o devo ter dito) um pouco incoerente e, por isso, não confiaria muito nas suas conclusões.

Ceinwyn escreveu:

Pode, no mínimo, dar novas interpretações ao que já foi descoberto. Se bem que, tendo lido a maioria dos textos que ele foi disponibilizando sobre esses e outros temas, sempre o achei (e até já o devo ter dito) um pouco incoerente e, por isso, não confiaria muito nas suas conclusões.

Queres um gajo mais coerente que o ser na sua incoerência? É de génio

Averróis escreveu:

Só umas observações ao que ele disse aí:


Se ele esteve preso, como é que foi possível estar em contacto com o que foi realmente a cena a não ser através de terceiros, logo a cingir-se ao que já foi dito/descoberto? No máximo obteve alguns livros de historiadores ou antropólogos que já tenham sido editados.

As prisões da suécia não são comparáveis às que conhecemos. Por acaso no documentário "until the light takes us", varg é entrevistado na prisão, e dá para ter uma ideia das condições daquela prisão que se não me engano até dispunha de computadores. Não me admira nada por isso que ele se tenha dedicado ao estudo de uma coisa que gostasse de explorar.

Aelle escreveu:

Está de meias, sim. Mas pronto, é um costume escandinavo. Em todo o caso, as meias também parecem saídas de uma banca de ciganos na Feira da Ladra :X

Uau, vocês parecem as velhas a criticar o vestuários das vizinhas. Tss tss

Voces não são nada trves do kvlt

Ena, este livro interessa-me. O Varg é Aquário, sim. É extremamente criativo, e muitas vezes confunde as suas reflexões com constatações. Sinceramente, isso agrada-me. Claro que, para quem pretender uma abordagem histórica científica, provavelmente não será a obra ideal. Não sei, estou apenas a especular.

O rapaz ao longo dos tempos já fez bastantes ziguezagues, tanto a nível de opiniões políticas e musicais, como religiosas. Coerência não está entre as suas qualidades. Mas, e quem sente a música deste indivíduo sabe do que eu estou a falar, vale a pena ler as palavras deste homem amante do estudo, e de espírito livre e aberto.

Ah, sim, o Varg esteve preso na Noruega, e não na Suécia. É ali ao lado, mas são países diferentes

Citação :

Burzum will be releasing a new album entitled From The Depths Of Darkness in late November consisting of re-recorded material from their albums Burzum and Det Som Engang Var. The album will feature Varg's favorite tracks from his two first albums that were re-recorded in 2010 for this release the way he originally intended.

http://www.metalstorm.net/events/news_comments.php?news_id=14753
http://www.plastichead.com/catalogue.asp?ex=fitem&verb=F&target=BYE009CD

Ceinwyn escreveu:

Citação :

Burzum will be releasing a new album entitled From The Depths Of Darkness in late November consisting of re-recorded material from their albums Burzum and Det Som Engang Var. The album will feature Varg's favorite tracks from his two first albums that were re-recorded in 2010 for this release the way he originally intended.

http://www.metalstorm.net/events/news_comments.php?news_id=14753
http://www.plastichead.com/catalogue.asp?ex=fitem&verb=F&target=BYE009CD

A confirmar-se, é uma excelente notícia.

Kraft durch Freude escreveu:

A confirmar-se, é uma excelente notícia.

Está confirmado, já se pode comprar ali no segundo link.

http://www.burzum.org/eng/news.shtml

Citação :

21.01.2012
Burzum persists. A new Burzum album, titled "Umskiptar" (Metamorphoses), is scheduled for release in May 2012 on Byelobog Productions. "Umskiptar" consists of 65 minutes of skaldic metal, recorded in Grieghallen Studio in Bergen in September 2011.

"Umskiptar" track list:

Blóðstokkinn (Soaked in Blood) (1:16)
Jóln (Deities) (5:51)
Alfadanz (Elven Dance) (9:22)
Hit helga Tré (The sacred Tree) (6:51)
Æra (Honour) (3:58)
Heiðr (Esteem) (3:02)
Valgaldr (Song of the Fallen) (8:03)
Galgviðr (Gallow Forest) (7:16)
Surtr Sunnan (Black from the South) (4:14)
Gullaldr (Golden Age) (10:20)
Níðhöggr (Attack from Below) (5:00)

The lyrics on "Umskiptar" are all taken from a Norse poem, Völuspá. For an English translation of the lyrics see the book "Sorcery And Religion In Ancient Scandinavia". The original Norse lyrics for "Umskiptar" can be found here.

Kraft durch Freude escreveu:

Ceinwyn escreveu:

http://www.burzum.org/eng/news.shtml

Citação :

21.01.2012
Burzum persists. A new Burzum album, titled "Umskiptar" (Metamorphoses), is scheduled for release in May 2012 on Byelobog Productions.

Excellent!

x2

Estive a ler a entrevista não-censurada dele à revista Terrorizer. Talvez esteja um pouco mais "contido" ou então parece querer passar essa imagem. Continua a ser um poço de inadaptações sociais, intolerante ao que considera ser correcto para si. Fiel a si próprio, portanto.

Varg Vikernes escreveu:

Ideally we should just line 99% of the world's population up against the wall and execute them, and that would be the best we could do for the environment, but I guess I might come out looking somewhat unsympathetic if I say that in public...

Mais aqui: http://www.burzum.org/eng/library/2011_interview_terrorizer.shtml

Kraft durch Freude escreveu:

Varg Vikernes escreveu:

Ideally we should just line 99% of the world's population up against the wall and execute them, and that would be the best we could do for the environment, but I guess I might come out looking somewhat unsympathetic if I say that in public...

De facto, o Euronymous ficou muito mais biodegradável depois das facadas de cair em cima daqueles vidros.

Ceinwyn escreveu:

Kraft durch Freude escreveu:

Varg Vikernes escreveu:

Ideally we should just line 99% of the world's population up against the wall and execute them, and that would be the best we could do for the environment, but I guess I might come out looking somewhat unsympathetic if I say that in public...

De facto, o Euronymous ficou muito mais biodegradável depois das facadas de cair em cima daqueles vidros.

LOL, vejo que o Varg ainda não mudou em termos de certos extremismos

Pena é o Varg não fazer uma introspecção e determinar se ele estaria incluído nesses 90% que deviam ser exterminados. Hehe.
É que não duvido que há muita gente que deseja esse tipo de fim para o Varg. De facto muitos dos próprios nacionalistas e políticos conservadores de direita costumam ser a favor da pena de morte para a "escória do mundo", como lhes chamam, como é o caso dos assassinos. Ainda por cima aqueles que atentam contra a Igreja Católica (muito popular entre a ala da direita, incluindo a extrema-direita que muitas vezes promove valores familiares alinhados com os do cristianismo, o tradicionalismo familiar cristão).
Não é raro encontrar cristãos fundamentalistas na extrema-direita como é o caso de David Duke e do próprio KKK (que gira em torno de elementos cristãos, de uma forma extremista, e até a indumentária é obtida a partir dos Nazarenos da Semana Santa).
Mesmo sem sair dos países nórdicos, aposto que Anders Behring Breivik adorava ter um encontro não muito amigável com o Varg.

Aposto que a resposta dele a esse argumento seria algo como: "eles que venham", enquanto fumava o seu cachimbo de longbottom.

O Breivik e o Varg são ambos aquários (what a surprise). Penso que conseguiriam conversar amigavelmente, apesar das divergências. Quanto ao resto, bem, os dois últimos álbuns de Burzum são abomináveis. Eu penso que ele se deveria dedicar apenas à escrita, ou política, a partir de agora.

Aelle escreveu:

O Breivik e o Varg são ambos aquários (what a surprise). Penso que conseguiriam conversar amigavelmente, apesar das divergências.

Eu não arriscava colocá-los juntos.
Por um lado o Varg não podia ter uma faca à mão.
Por outro o Breivik não podia ter explosivos nem armas de fogo.

O Varg criticou há tempos o Breivik, considerou que ele "falhou o alvo" e que as acções dele foram idiotas, ao atirar contra os seus, no seu próprio país... Duvido que um encontro entre os dois resultasse em alguma coisa com interesse.

Alguém sabia que o Varg regravou músicas emblemáticas dos primeiros álbuns de Burzum? Eu dei com elas no youtube agora. Está muito mau. Ele deve estar mesmo a precisar de dinheiro, é uma jogada de marketing. E tal como todas as jogadas de marketing, totalmente desprovidas de artistic feeling.

https://www.youtube.com/watch?v=p-NXEfverHM - My Journey to the Stars. Parece uma cover muito má do original.