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 Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)

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Averróis
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MensagemAssunto: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 5:46 am

Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)

Um excelente documentário acerca da superstição.
São 5 partes. Deixo aqui a primeira e depois os links para as outras partes, caso achem interessante.

Parte 1:



Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=5n2LktpT8tY
Parte 3: https://www.youtube.com/watch?v=cOzXm6KoMTU
Parte 4: https://www.youtube.com/watch?v=V-JWGiliOfY
Parte 5: https://www.youtube.com/watch?v=NfySPHYXLpU
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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 8:15 am

Elá, ainda não vi mas Dawkins é Dawkins! cheers
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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 10:17 am

Já vi isto há uns tempos e outros documentários do Sr. Dawkins, mas eh pah, não gosto muito do tipo.
Não que algumas das suas ideias não sejam válidas e bastante interessantes, até o são. Mas o veiculo de entrega das mesmas é que me desagrada.
É muito arrogante e extremamente cinico, achando-se dono da razão e da verdade, detentor da maneira certa de viver e encarar a realidade. Mas até aqui, ainda vá lá, ok, o que me mete mais confusão é o facto da abordagem dele ser extramamente paradoxal. Está constantemente a criticar o dogma e o fanatismo, enquanto que é, ele próprio, um fanático da razão, e um cientista extremamente dogmático que parece um missionário numa jornada pessoal de conversão dos infiéis da razão (não é suposto que seja a igreja que ele tanto critica a ter essa postura?). Às vezes parece-me uma criança mimada desesperada por atenção, a tentar que lhe dêm uma palmadinha na cabeça e digam "pronto, pronto, tens razão".
Torna-se um gajo chato e monótono e assim, as ideias interessantes dele acabam por se tornar desinteressantes, e regra geral perco a vontade de ouvir o que ele tem a dizer

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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 10:35 am

Cernunnos escreveu:
Já vi isto há uns tempos e outros documentários do Sr. Dawkins, mas eh pah, não gosto muito do tipo.
Não que algumas das suas ideias não sejam válidas e bastante interessantes, até o são. Mas o veiculo de entrega das mesmas é que me desagrada.
É muito arrogante e extremamente cinico, achando-se dono da razão e da verdade, detentor da maneira certa de viver e encarar a realidade. Mas até aqui, ainda vá lá, ok, o que me mete mais confusão é o facto da abordagem dele ser extramamente paradoxal. Está constantemente a criticar o dogma e o fanatismo, enquanto que é, ele próprio, um fanático da razão, e um cientista extremamente dogmático que parece um missionário numa jornada pessoal de conversão dos infiéis da razão (não é suposto que seja a igreja que ele tanto critica a ter essa postura?). Às vezes parece-me uma criança mimada desesperada por atenção, a tentar que lhe dêm uma palmadinha na cabeça e digam "pronto, pronto, tens razão".
Torna-se um gajo chato e monótono e assim, as ideias interessantes dele acabam por se tornar desinteressantes, e regra geral perco a vontade de ouvir o que ele tem a dizer

Suspect
Sim, é verdade que ele por vezes actua como um verdadeiro fanático e isso não ajuda nada.
Mas tenta por-te na posição dele e tentar explicar certo tipo de coisas a certos tipos de gente e vais ver quem é que inconscientemente acaba por fazer a figura de fanático, levado a tal pelo desespero da conversa não ir a lado nenhum. Mas nessas alguras a atitude mais sábia é dizer que sim com a cabeça e ir dar uma volta).

Mas tirando isso gosto bastante do seu trabalho e identifico-me com ele (embora consiga ver que tem muitas falhas e limites).
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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 10:48 am

Citação :
Mas nessas alguras a atitude mais sábia é dizer que sim com a cabeça e ir dar uma volta

Precisamente Very Happy
Mas ele insiste, insiste, insiste, e é por isso que acho que acaba por ser igual aqueles que critica. Não consegue conceber que existam pessoas que tenham outra prespectiva e para quem aquilo que ele diz não faça sentido, e perde-se em tentativas desesperadas converter os outros.

Obviamente, isto não retira validade ao seu trabalho. Só tem é que separar a criador da criação, e fica tudo bem Razz
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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 4:39 pm

Cernunnos escreveu:
Citação :
Mas nessas alguras a atitude mais sábia é dizer que sim com a cabeça e ir dar uma volta

Precisamente Very Happy
Mas ele insiste, insiste, insiste, e é por isso que acho que acaba por ser igual aqueles que critica. Não consegue conceber que existam pessoas que tenham outra prespectiva e para quem aquilo que ele diz não faça sentido, e perde-se em tentativas desesperadas converter os outros.

Obviamente, isto não retira validade ao seu trabalho. Só tem é que separar a criador da criação, e fica tudo bem Razz

Isso é muito subjectivo. Como podemos afirmar que ele tem vontade de converter os outros?
Vivemos num mundo onde não podemos defender as nossas convicções. Ao defendermos o que é nosso por direito, corremos sempre o risco de sermos acusados de dogmatismo. É isso que acontece com ateus como Richard Dawkins ou Christopher Hitchens. Por serem frontais e não se esconderem dentro do armário são constantemente acusados de dogmatismo ou de serem insultuosos/desrespeitadores dos outros credos e filosofias de vida.

E obviamente que ele insiste e insiste. Só não insiste quem não está à vontade naquilo em que acredita, quem não deseja defender uma opinião, quem prefere não debater sequer os pontos de vista. Não é o caso dele. Ele é um defensor da via racional, onde é necessário mais do que a simples crença para a formação de paradigmas. E isso, por definição, é o contrário do dogma.
Eu sei que é atraente a ideia de poder chamar-lhe de dogma, por ser uma posição aparentemente intransigente. Mas a verdade é que o dogma, por definição, não se pode aplicar à via cientifica, porque a ciência é uma amalgama de ideias diversas, propostas por todos os pontos de vista possíveis (e impossíveis), que são analisadas escrupulosamente por peer review, onde se exigem os necessários indícios e provas que sustentem as alegações.
Como disse Carl Sagan: Alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias.

Para terminar, não me parece que ele esteja em posição de tentar converter alguém, ou que o tente fazer. Para tal teria teria de seguir os mesmos métodos de conversão usados pelas religiões. Aparentemente os Ateus não são muito bons nisso, uma vez que não forçam ninguém contra a sua vontade, como tem acontecido Historicamente com as religiões. O que ele faz, a meu ver, é apenas construir uma argumentação em torno da sua convicção pessoal, que é mais do que isso, é sustentada pelas suas observações e pela lógica do ónus da prova: Ele não vê razões suficientemente sólidas para acreditar na existência de um Deus, tal como o pintam. E considera que quem alega a existência de Deus precisa de fornecer as devidas provas.

Voltando mais um pouco à questão de como são vistos os ateus, penso que esta imagem está genial e descreve bastante bem o que acontece:

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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 5:08 pm

Citação :
Isso é muito subjectivo. Como podemos afirmar que ele tem vontade de converter os outros?
Vivemos num mundo onde não podemos defender as nossas convicções. Ao defendermos o que é nosso por direito, corremos sempre o risco de sermos acusados de dogmatismo. É isso que acontece com ateus como Richard Dawkins ou Christopher Hitchens. Por serem frontais e não se esconderem dentro do armário são constantemente acusados de dogmatismo ou de serem insultuosos/desrespeitadores dos outros credos e filosofias de vida.

Podemos e devemos defender as nossas convicções. Mas não acho que ele se limite a isso. É ateu, porreiro, quer defender isso, porreiro, mas a atitude dele é de total desdém para com quem não tem a visão dele, e isso para mim é de uma altivez e cinismo que tiram a vontade de ouvir o que ele tem para dizer. Que vá ser o maior para casa dele e deixe o pessoal em paz pirat

Citação :
E obviamente que ele insiste e insiste. Só não insiste quem não está à vontade naquilo em que acredita, quem não deseja defender uma opinião, quem prefere não debater sequer os pontos de vista. Não é o caso dele. Ele é um defensor da via racional, onde é necessário mais do que a simples crença para a formação de paradigmas. E isso, por definição, é o contrário do dogma.
Eu sei que é atraente a ideia de poder chamar-lhe de dogma, por ser uma posição aparentemente intransigente. Mas a verdade é que o dogma, por definição, não se pode aplicar à via cientifica, porque a ciência é uma amalgama de ideias diversas, propostas por todos os pontos de vista possíveis (e impossíveis), que são analisadas escrupulosamente por peer review, onde se exigem os necessários indícios e provas que sustentem as alegações.
Como disse Carl Sagan: Alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias.

Quando se cria uma "verdade absoluta" sem que essa possa ser sujeita a contestação ou a ser testada estamos perante um dogma. Ele põe completamente de lado tudo o que não seja racional, assumindo a postura de que "apenas aquilo que a razão me dá é válido", sem sequer se dar ao trabalho de validar essa ideia. Para mim, isso é dogma!!
Logo no inicio do video que puseste aí, está a malta em meditação, ou lá o que estão a fazer, e ele o que faz? Entrega-se à experiência, tenta testá-la? Não, torce o olho, analisa, coloca barreiras mentais e entrega-se ao seu dogma (receio de alguma coisa? talvez...se calhar não sai assim tanto do buraco como dizes).

Não estou a tentar defender o lado religioso, atenção. Considero-me uma pessoa espiritual, e não religiosa, porque religião é politica. Também não estou a atacar ateus ou defensores da razão. Mas eu acho que temos um lado racional e outro intuitivo, e ambos devem ser cultivados e usados. E se há gente fanática na religião, também o há fora dela (o sr. dawkins sendo o exemplo que estamos aqui a discutir), e da mesma forma há gente moderada quer na religião, que fora dela. O Dawkins para mim é militante dos fundamentalistas fanáticos
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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 7:39 pm

Cernunnos escreveu:
Podemos e devemos defender as nossas convicções. Mas não acho que ele se limite a isso. É ateu, porreiro, quer defender isso, porreiro, mas a atitude dele é de total desdém para com quem não tem a visão dele, e isso para mim é de uma altivez e cinismo que tiram a vontade de ouvir o que ele tem para dizer. Que vá ser o maior para casa dele e deixe o pessoal em paz pirat

Ao contrário dos Testemunhas de Jeová ou dos Mormons, acho que o Richard Dawkins não te vai bater à porta a perguntar se queres uma revistinha do "despertai o cientista dentro de ti". Razz
Olha que já vi diversos documentários dele, não vejo onde é que podes pegar para dizer isso. Ele no máximo é frio e aplica-se quando lhe toca a vez de defender o seu ponto de vista. Não sei se poderá chamar-se a isso "altivez" ou "cinismo". Porque já até em entrevistas e debates ele costuma ser respeitador. Quando se trata de debate ideológico é natural que cada pessoa defenda aquilo em que acredita de uma forma firme, caso contrário não seria defensor de tais ideias... Para defender uma ideia é preciso acreditar nela. Se não se acreditarmos nela, então não estamos lá a fazer nada. Passamos a ser um indivíduo que acena que sim com a cabeça e o debate não flui para um confronto de visões opostas, como deveria ser.

Ele não faz documentários acerca de assertividade, faz documentários acerca dos seus pontos de vista.


Cernunnos escreveu:
Quando se cria uma "verdade absoluta" sem que essa possa ser sujeita a contestação ou a ser testada estamos perante um dogma.

Se ele não deixasse que a sua convicção fosse sujeita a contestação, questionada pelo pensamento crítico e tudo mais, estou certo que ele não seria um biólogo, criaria um culto como Jim Jones e isolava-se da sociedade, para jamais ser importunado com debates e tudo mais Razz

Por exemplo, como é a tua posição? Não defendes os teus pontos de vista? Qual é a principal diferença entre ti e o Richard Dawkins, para além das convicções diferentes?

Cernunnos escreveu:
Ele põe completamente de lado tudo o que não seja racional, assumindo a postura de que "apenas aquilo que a razão me dá é válido", sem sequer se dar ao trabalho de validar essa ideia. Para mim, isso é dogma!!

Parece-me óbvio que ele se dá ao trabalho de validar a sua ideia. Caso contrário não participaria em debates, não criaria documentários, e não perderia tempo a analisar questões. Lembro-me agora de um documentário que vi dele em que se abordava o argumento de alguns crentes: "precisamos de uma religião que nos forneça os princípios morais". E ele através da observação científica, em conjunto com um biólogo especialista em comportamentos animais, demonstrou que diversas espécies animais altamente sociais - como os chimpanzés - seguem todos certos códigos de conduta fundamentais, que lhes possibilitam, por exemplo, competir por um estatuto de benfeitor dentro da sua sociedade, a redenção e a utilidade. Há uma tentativa de servir o grupo e desempenhar um papel de suporte e apoio, que acaba por tornar o grupo mais chegado, o que é fundamental para o seu bem-estar geral e capacidade de sobrevivência. Essa é a prova de que existe uma espécie de proto-moral intrínseca nos seres vivos sociais, que lhes permite distinguirem, até certo ponto, o benéfico do prejudicial. Isto é só um exemplo.

Ele dá a entender que não sabemos muitas coisas. E que é apenas uma questão de tempo até compreendermos algo mais. É isso que o percurso histórico da compreensão humana transparece. A questão do sobrenatural é um exemplo: Até há uns séculos atrás ainda acreditávamos que as tempestades eram nada mais nada menos que a ira dos Deuses. Hoje compreendemos muita da complexidade que está por detrás de uma tempestade. A esmagadora maioria já não as vê como dantes. A tendência é para continuar a ser assim.

A partir do momento em que compreendemos uma determinada coisa, essa coisa começa a fazer parte da consciência racional, compreensível. E não estarás tu também a usar a inversão do ónus da prova?
Não é o céptico que precisa de desaprovar algo. A ele basta-lhe observar e chegar à conclusão que não existem indícios satisfatórios, capazes de tornar uma alegação em algo genuínamente confirmado.
Aqueles que alegam o pensamento alternativo é que precisam de o defender e reunir as provas sólidas para que possa vir a ser aceite. Afinal foi o crente que, aparentemente, conseguiu achar as provas suficientes para aceitar determinada ideia. De seguida tem duas opções: Preservar a ideia só para si. Ou partilhar a ideia com a humanidade, fornecendo as tais provas necessárias para que todos nós - ou grande parte de nós - possa também vir a aceitá-la como verdadeira ou, pelo menos, verosímil.

Cernunnos escreveu:
Logo no inicio do video que puseste aí, está a malta em meditação, ou lá o que estão a fazer, e ele o que faz? Entrega-se à experiência, tenta testá-la? Não, torce o olho, analisa, coloca barreiras mentais e entrega-se ao seu dogma (receio de alguma coisa? talvez...se calhar não sai assim tanto do buraco como dizes).
Então qual é a solução para ti?
1- Isolar-se de tudo. Isso sim seria dogmático.
2- Adoptar as ideias dos outros sem razões concretas... Isso seria renegar as suas opiniões e exigências. E passaria a adoptar um outro dogma. Desta vez o dogma da convicção espiritual das pessoas que o rodeiam.
Faz parte do ser humano torcer o olho, analisar, colocar barreiras mentais (eu chamar-lhe-ía "exigências"), e tudo mais.
Não seria sobranceria também da tua parte, digo eu, segundo a tua lógica, afirmar de forma tão convicta que ele está a fazer um esforço tremendo para não abraçar e interiorizar as ideias com as quais supostamente não concorda? Já te ocorreu a ideia, através do tal pensamento lateral que defendes, que se calhar ele não encontra mesmo razões para aceitara verosimilhança de uma determinada crença? Talvez seja uma posição genuinamente criteriosa.

Cernunnos escreveu:
Não estou a tentar defender o lado religioso, atenção. Considero-me uma pessoa espiritual, e não religiosa, porque religião é politica. Também não estou a atacar ateus ou defensores da razão. Mas eu acho que temos um lado racional e outro intuitivo, e ambos devem ser cultivados e usados. E se há gente fanática na religião, também o há fora dela (o sr. dawkins sendo o exemplo que estamos aqui a discutir), e da mesma forma há gente moderada quer na religião, que fora dela. O Dawkins para mim é militante dos fundamentalistas fanáticos

A intuição pode servir a racionalidade ou a crença, dependendo da pessoa. E estou certo que a intuição do Richard Dawkins (e não quero estar a falar muito por ele) o impele a questionar tudo aquilo a que, através de triagem de dados, lógica e verosimilhança, não concorda. E está no seu direito.
É que se ele não pudesse defender as suas convicções sem ser chamado de cínico ou altivo... Então pela mesma lógica também é cínico e altivo criticá-lo por ele ter dificuldade em aceitar uma "realidade alternativa", mesmo sem as razões fundamentais que o justifiquem a colocar em causa tudo aquilo em que acredita.

Se ele é o militante dos fundamentalistas fanáticos ateus... Acho que temos todas as razões para o preferir, porque do outro lado da moeda temos os fanáticos religiosos que chegam a matar pessoas em nome das suas crenças, que ainda por cima não foram confirmadas, tanto quanto nos é humanamente possível. tongue


PS: Temos mais do que provas de que a Navalha de Occam é um método lógico que dá resultados frutíferos. Se a via da racionalidade fosse assim tão falível, duvido que neste momento estivéssemos sentados em frente a um computador que nos dá acesso a todo tipo de informação.. Inclusivamente à dita informação "alternativa", que ainda não nos deu nada de palpável (no sentido figurativo).
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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 9:07 pm

cum caraçass, até fazem faisca os meus neurónios neste momento. Laughing tens o dom da palavra homem!
já percebi que és um fervoroso adepto da racionalidade e um ateu convicto. ou então enganei-me, há sempre essa possibilidade What a Face

aquilo que disse anteriormente foi com base na minha experiência de vida. talvez tenha esta opinião em relação ao dawkins por me rever nele, ou por rever alguem que já fui. eu era extremamente céptico, racional, "só acreditava no que via e naquilo que tivesse provas cientificas", criticava de forma desdenhosa quem tivesse crenças que não em bases cientificas.
mas o meu mundo começou a mudar quando comecei a ter as primeiras dores no meu corpo. sete anos assim é muito tempo, e tem-me empurrado para um visão diferente. visão essa que eu não procurei, que eu não pedi, mas que veio até mim. de inicio resisti, resisti com todas as minhas forças, depois comecei-me a abrir, e agora não resisto mais, mas tento antes manter uma dose saudável de bom senso e espirito critico, porque abanar a cabeça e dizer que sim a tudo o que nos dão a comer pode não ser a manobra mais inteligente.
com base no espirito cientifico que desde sempre cultivei, fui questionando aquilo porque estava a passar e, lentamente, fui dando o braço a torcer e admitindo que há coisas para além da razão, mundos, energias, universos sensiveis aos quais só podes aceder com a intuição. o lado racional acaba por funcionar sempre e entrar ao barulho, e é ele que desdobra e descodifica a informação, mas não é ele o veiculo para lá chegar. é meramente o co-piloto, não é o condutor. e aos poucos tenho tentado encontrar um balanço, um equilibrio entre ambos. usá-los na medida certa, no momento certo para usar cada um. razão para trabalhar com computador, para fazer cálculos matemáticos, para me ajudar a apertar um parafuso, e o lado intuito/emocional para lidar com pessoas, para "comunicar" com os seres da floresta, para me ajudar a ligar a uma realidade maior que eu. é um work in progress, e continuo com um lado analito muito forte, mas o que isto me tem ensinado, sobretudo, é humildade. acho que é isso que falta ao dawkins.

mas percebe, não é uma critica aquilo que faço, meramente uma opinião, não o julgo. cada um de nós encara o mundo de acordo com os seus valores, os seus principios, aquilo em acredita, e isso é fruto de muita coisa como sociedade, educação, personalidade, experiências de vida. normalmente, sem algo que nos permita ter uma oportunidade de ver as coisas sobre outro prisma, agimos com base nesses pressupostos e pronto. além do mais, sem dúvida que perfiro a dawkins a um fanático religioso. mas, na minha opinião, e para tentar dar um exemplo concreto, nesse episódio que referimos do inicio do video deste-me opção 1 e 2, mas não escolhia nem uma nem outra.
se ele fizesse um esforço genuino para entrar na experiência, sentir, ver onde aquilo o levava, e mesmo assim achasse que era treta, dava-lhe mais crédito. sim, é normal torcer o olho, todos o fazemos, mas se ele quer realmente criticar e levar a dele avante, que o faça depois de tentar, deixando em aberto a possibilidade que "talvez exista algo", porque ao colocar logo uma barreira, nega a experiência, e fica sem ponto de referência para conseguir uma argumentação credivel.

P.S. Nunca disse que a via da racionalidade era má ou falivél Cool
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MensagemAssunto: Re: Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins)   Inimigos da Razão: Escravos da superstição (por Richard Dawkins) Icon_minitimeQui Ago 12, 2010 11:14 pm

Cernunnos escreveu:
cum caraçass, até fazem faisca os meus neurónios neste momento. Laughing tens o dom da palavra homem!
já percebi que és um fervoroso adepto da racionalidade e um ateu convicto. ou então enganei-me, há sempre essa possibilidade What a Face

Por acaso até me considero um ateu agnóstico (mais conhecido por ateísmo fraco), na medida em que não tenho a certeza de que não existem entidades divinas (Deus/Deuses). A razão por não acreditar neles prende-se apenas e só com o facto de eu não conseguir reunir justificações e provas suficientes para me convencer (ou converter).
Portanto a minha linha de raciocínio é: "até novos dados, tudo me parece indicar que poderão não existir".

Cernunnos escreveu:
aquilo que disse anteriormente foi com base na minha experiência de vida. talvez tenha esta opinião em relação ao dawkins por me rever nele, ou por rever alguem que já fui. eu era extremamente céptico, racional, "só acreditava no que via e naquilo que tivesse provas cientificas", criticava de forma desdenhosa quem tivesse crenças que não em bases cientificas.
mas o meu mundo começou a mudar quando comecei a ter as primeiras dores no meu corpo. sete anos assim é muito tempo, e tem-me empurrado para um visão diferente. visão essa que eu não procurei, que eu não pedi, mas que veio até mim. de inicio resisti, resisti com todas as minhas forças, depois comecei-me a abrir, e agora não resisto mais, mas tento antes manter uma dose saudável de bom senso e espirito critico, porque abanar a cabeça e dizer que sim a tudo o que nos dão a comer pode não ser a manobra mais inteligente.

O mais importante é estarmos bem connosco próprios. Termos segurança nas nossas convicções e termos a consciência tranquila. Qualquer que seja a nossa filosofia de vida. Cada pessoa tem as suas motivações para acreditar ou desacreditar numa certa ideia. Felizmente temos toda a liberdade do mundo para assumir e defender as nossas filosofias e crenças. Mau, mau era sermos todos obrigados a pensar de forma igual. Ficaríamos bem mais pobres socialmente. As melhores ideias surgiram sempre de sociedades onde há muito brainstorming e onde diferentes perspectivas se podem fundir. A idade das trevas foi uma escuridão exactamente por não haver liberdade para dar uso ao espírito crítico e trocar pontos de vista diferentes... Uma sociedade heterogénea é uma sociedade que poderá ter muitos problemas pela frente.

Atenção que mesmo dentro da perspectiva científica, não há propriamente uma norma imposta. Principalmente nas questões às quais a ciência não tem medo de admitir que não sabemos. A ciência ideal é a ciência que se reformula, que se refresca constantemente na busca sagaz pela compreensão mais realista daquilo que nos rodeia.
Mas existem muito espaço para diversas teorias. Posso dar um exemplo: A Panspermia é uma teoria alternativa para a compreensão da origem da vida no nosso planeta. Wink. Na ciência só engole acriticamente as posições mais rígidas quem quiser, para os assuntos mais complexos costumam existir sempre diferentes teorias que lutam pela solidez de evidências. Somos livres, felizmente.


Cernunnos escreveu:
com base no espirito cientifico que desde sempre cultivei, fui questionando aquilo porque estava a passar e, lentamente, fui dando o braço a torcer e admitindo que há coisas para além da razão, mundos, energias, universos sensiveis aos quais só podes aceder com a intuição. o lado racional acaba por funcionar sempre e entrar ao barulho, e é ele que desdobra e descodifica a informação, mas não é ele o veiculo para lá chegar. é meramente o co-piloto, não é o condutor. e aos poucos tenho tentado encontrar um balanço, um equilibrio entre ambos. usá-los na medida certa, no momento certo para usar cada um. razão para trabalhar com computador, para fazer cálculos matemáticos, para me ajudar a apertar um parafuso, e o lado intuito/emocional para lidar com pessoas, para "comunicar" com os seres da floresta, para me ajudar a ligar a uma realidade maior que eu. é um work in progress e continuo com um lado analito muito forte, mas o que isto me tem ensinado, sobretudo, é humildade. acho que é isso que falta ao dawkins.

Isso é bom, cada pessoa tem a sua forma de encarar e interpretar aquilo que observa ou vive. Conheço casos do contrário, pessoas que eram crentes e que ao passarem por situações traumatizantes deixaram de ser crentes por se sentirem abandonadas por um Deus que nunca viram. Acho que como não há certezas, todas as opiniões são validas. No plano pessoal então, ainda mais. Basta acreditarmos com toda a nossa força e viver segundo a nossa realidade pessoal, que ao fim e ao cabo é o que todos acabamos por fazer, já que ninguém detém a realidade absoluta.
O Dawkins não tem falta de humildade, na minha opinião. Pelo menos não no que toca à humildade intelectual. Ele já chamou a atenção diversas vezes que não sabemos tudo. Mas que a nossa única forma de agir, é confiramos nas nossas convicções. Não temos outra forma de nos sentirmos bem connosco próprio e encarar a nossa identidade, a realidade que nos envolve.
Não podemos confundir falta de humildade com o direito à defesa dedicada de um argumento, porque é essa a nossa essência: precisamos de algo em que acreditar. Se o Dawkins não admitisse estar errado, mesmo quando lhe provam o contrário, isso sim, indiciaria que ele não é humilde o suficiente para admitir os seus erros.

Cernunnos escreveu:
mas percebe, não é uma critica aquilo que faço, meramente uma opinião, não o julgo. cada um de nós encara o mundo de acordo com os seus valores, os seus principios, aquilo em acredita, e isso é fruto de muita coisa como sociedade, educação, personalidade, experiências de vida. normalmente, sem algo que nos permita ter uma oportunidade de ver as coisas sobre outro prisma, agimos com base nesses pressupostos e pronto.

Sim depende de muitos factores. Acho que numa sociedade ideal uma pessoa deveria poder escolher sempre aquilo em que acredita (que às vezes nem é uma escolha, mas sim uma inclinação natural devido a esses factores que enunciaste e mais alguns) depois de poder contactar com os diferentes pontos de vista possíveis. Felizmente desde que vivamos em liberdade de crença isso é sempre possível sem que haja grande prejuízo social para nós.
A existência de diferentes pontos de vista é sempre algo saudável. Seria péssimo se toda a vida vivêssemos isolados, sem que ninguém nos colocasse questões e vice-versa.
Há até quem percorra diferentes pontos de vista diferentes durante a sua vida. E se calhar no fim termina no ponto de vista inicial. Faz parte. Razz

Cernunnos escreveu:
além do mais, sem dúvida que perfiro a dawkins a um fanático religioso. mas, na minha opinião, e para tentar dar um exemplo concreto, nesse episódio que referimos do inicio do video deste-me opção 1 e 2, mas não escolhia nem uma nem outra.
se ele fizesse um esforço genuino para entrar na experiência, sentir, ver onde aquilo o levava, e mesmo assim achasse que era treta, dava-lhe mais crédito. sim, é normal torcer o olho, todos o fazemos, mas se ele quer realmente criticar e levar a dele avante, que o faça depois de tentar, deixando em aberto a possibilidade que "talvez exista algo", porque ao colocar logo uma barreira, nega a experiência, e fica sem ponto de referência para conseguir uma argumentação credivel.

P.S. Nunca disse que a via da racionalidade era má ou falivél Cool

É nessa altura que surgem os convidados, que irão defender os pontos de vista diferentes do dele. Já o vi a falar com muçulmanos, judeus, médiuns, católicos, protestantes, e até membros de outros tipos de filosofias como Deepak Chopra. Smile

Ora repara neste vídeo onde ele surge como um defensor da humildade: