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 A queda do império financeiro suiço!

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MensagemAssunto: A queda do império financeiro suiço!   A queda do império financeiro suiço! Icon_minitimeSeg Nov 29, 2010 10:38 pm

Citação :
Artigo de Gilles Lapouge - Paris.

A Suíça tremula. Zurique alarma-se. Os belos bancos, elegantes,
silenciosos de Basileia e Berna estão ofegantes. Poderia dizer-se que
eles estão assistindo na penumbra a uma morte ou estão velando um
moribundo. Esse moribundo, que talvez acabe mesmo morrendo, é o
segredo bancário suíço.
O ataque veio dos Estados Unidos, em acordo com o presidente Obama.

O primeiro tiro de advertência foi dado na quarta-feira.

A UBS - União de Bancos Suíços, gigantesca instituição bancária suíça
- viu-se obrigada a fornecer os nomes de 250 clientes americanos por
ela ajudados para defraudar o fisco. O banco protestou, mas os
americanos ameaçaram retirar a sua licença nos Estados Unidos. Os
suíços, então, passaram os nomes. E a vida bancária foi retomada,
tranquilamente.

Mas, no fim da semana, o ataque foi retomado. Desta vez os americanos
golpearam forte, exigindo que a UBS forneça o nome dos seus 52.000
clientes titulares de contas ilegais!

O banco protestou. A Suíça está temerosa. O partido de
extrema-direita, UDC (União Democrática do Centro), que detém um terço
das cadeiras no Parlamento Federal, propõe que o segredo bancário seja
inscrito e ancorado pela Constituição federal.
Mas como resistir!

A União de Bancos Suíços não pode perder sua licença nos EUA, pois é
nesse país que aufere um terço dos seus benefícios.
Um dos pilares da Suíça está sendo sacudido. O segredo bancário suíço
não é coisa recente.

Esse dogma foi proclamado por uma lei de 1934, embora já existisse
desde 1714. No início do século 19, o escritor francês Chateaubriand
escreveu que neutros nas grandes revoluções nos Estados que os
rodeavam, os suíços enriqueceram à custa da desgraça alheia e fundaram
os bancos em cima das calamidades humanas.
Acabar com o segredo bancário será uma catástrofe económica.

Para Hans Rudolf Merz, presidente da Confederação Helvética, uma
falência da União de Bancos Suíços custaria 300 biliões de francos
suíços ou 201 milhões de dólares.
E não se trata apenas do UBS. Toda a rede bancária do país funciona da
mesma maneira. O historiador suíço Jean Ziegler, que há mais de 30
anos denuncia a imoralidade helvética, estima que os banqueiros do
país, amparados no segredo bancário, fazem frutificar três triliões de
dólares de fortunas privadas estrangeiras, sendo que os activos
estrangeiros chamados institucionais, como os fundos de pensão, são
nitidamente minoritários.


Ziegler acrescenta ainda que se calcula em 27% a parte da Suíça no
conjunto dos mercados financeiros "offshore" do mundo, bem à frente de
Luxemburgo, Caribe ou o extremo Oriente.

Na Suíça, um pequeno país de 8 milhões de habitantes, 107 mil pessoas
trabalham em bancos.

O manejo do dinheiro na Suíça, diz Ziegler, reveste-se de um carácter
sacramental. Guardar, recolher, contar, especular e ocultar o
dinheiro, são todos actos que se revestem de uma majestade ontológica,
que nenhuma palavra deve macular e realizam-se em silêncio e
recolhimento...

Onde param as fortunas recolhidas pela Alemanha Nazi? Onde estão as
fortunas colossais de ditadores como Mobutu do Zaire, Eduardo dos
Santos de Angola, dos Barões da droga Colombiana, Papa-Doc do Haiti,
de Mugabe do Zimbabwe e da Mafia Russa?

Quantos actuais e ex-governantes, presidentes, ministros, reis e
outros instalados no poder, até em cargos mais discretos como
Presidentes de Municipios têm chorudas contas na Suíça?

Quantas ficam eternamente esquecidas na Suíça, congeladas, e quando os
titulares das contas morrem ou caem da cadeira do poder, estas
tornam-se impossíveis de alcançar pelos legítimos herdeiros ou pelos
países que indevidamente espoliaram?

Porquê após a morte de Mobutu, os seus filhos nunca conseguiram
entrar na Suíça?

Tudo lá ficou para sempre e em segredo...

A agora surge um outro perigo, depois do duro golpe dos americanos.

Na minicúpula europeia que se realizou em Berlim, em preparação ao
encontro do G-20 em Londres, França, Alemanha e Inglaterra (o que foi
inesperado) chegaram a um acordo no sentido de sancionar os paraísos
fiscais.

"Precisamos de uma lista daqueles que recusam a cooperação
internacional", vociferou a chanceler Angela Merkel.
No domingo, o encarregado do departamento do Tesouro britânico,
Alistair Darling, apelou aos suíços para se ajustarem às leis fiscais
e bancárias europeias. Vale observar, contudo, que a Suíça não foi
convidada para participar do G-20 de Londres, quando serão debatidas
as sanções a serem adoptadas contra os paraísos fiscais.

Há muito tempo se deseja o fim do segredo bancário. Mas até agora, em
razão da prosperidade económica mundial, todas as tentativas eram
abortadas.

Hoje, estamos em crise.

Viva a crise!!!
Barack Obama, quando era senador, denunciou com perseverança a
imoralidade desses remansos de paz para o dinheiro corrompido. Hoje
ele é presidente. É preciso acrescentar que os Estados Unidos têm
muitos defeitos, mas a fraude fiscal sempre foi considerada um dos
crimes mais graves no país.

Nos anos 30, os americanos conseguiram laçar Al Capone.

Sob que pretexto? Fraude fiscal.

Para muito breve, a queda do império financeiro suiço!

Bem, os EUA que metam o bedelho nalguma coisa de jeito para variar!
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MensagemAssunto: Re: A queda do império financeiro suiço!   A queda do império financeiro suiço! Icon_minitimeTer Nov 30, 2010 12:17 am

Os bancos são autênticos polvos com tentáculos em tudo o que é área da sociedade. E infelizmente muitos deles quase que estão acima das leis, das obrigações, da moral e da ética. Qual é a diferença entre um juro e uma usura? Na prática não há diferença, quando falamos num banco que é capaz de gerir milhões de contas em simultâneo. O juro veio "legitimar" e lavar a cara ao que antigamente era totalmente criticado e proibido, sendo a usura uma prática destinada aos mal-afamados agiotas.
Os bancos basicamente "fazem" dinheiro do nada. E ainda beneficiam de privilégios incompreensíveis como a questão da minúscula taxação que recai sobre eles.
Depois os bancos financiam partidos e governos e fica estabelecida uma simbiose, ou melhor, promiscuidade de interesses, onde o bem-estar do cidadão vem por último na lista de prioridades.
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