Como é o teu Natal/Yule?

Boa noite. Sei que pode parecer um tópico desinteressante e pouco profundo, mas agora que passou a agitação do jantar de Natal, encontro-me num momento de reflexão, e gostava que partilhássemos um pouco daquilo que é o Natal para nós.

Eu tive uma infância standart, com Natais cheios de fantasia, de presentes (de todos os lados e para todos os lados), e idas à missa do Galo; mas ao longo dos anos, esta data tem vindo a ganhar significados diferentes para mim. De há uns anos para cá, o Natal perdeu qualquer sentido religioso para mim, dado que me tornei ateia. Outra das grandes alterações foi ao nível dos presentes, que diminuem cada vez mais, em número e em valor monetário. Perdemos também o entusiasmo de passar a noite numa grande mesa com toda a gente, e preferimos optar pelo sossego e privacidade, só com os quatro cá de casa. No entanto, por mais que a minha noção de Natal se altere, não consigo sentir que seja uma comemoração hipócrita, como muitos o dizem. Para mim, e para a minha forma de a viver, esta noite não perdeu nem um bocadinho da sua magia.

Talvez por agora viver longe da família estes dias tenham mais significado. Cada momento é especial, e algo para guardar na memória, portanto acaba por ser ritualizado. Chegar à aldeia e ficar em casa dos meus pais, ver a minha a minha irmã chegar também, ver o cão e o resto da família, pôr a tocar uma playlist com música natalícia enquanto preparamos tudo, montar a árvore de Natal com a minha mãe, encontrar o "ONI" nas caixas de ornamentos (um objecto não identificado em cera que tem derretido com o tempo, e cada ano aparece com um formato diferente), passar a ferro as toalhas com motivos alusivos à quadra, pôr a mesa com todos os detalhes, sentarmo-nos os quatro à mesa a comer pratos e doces típicos até não caber mais nada, a rir e conversar - como tão poucas vezes acontece, dado que vivemos todos separados.
Este ano, pela primeira vez na minha vida, não trocámos presentes de Natal - e esta foi a grande diferença. São tempos difíceis, e não houve presentes entre nós os quatro, mas posso dizer com toda a certeza que há muito tempo não tínhamos uma noite tão feliz.

Posso dizer que a evolução cronológia da minha quadra natalícia foi muito semelhante à tua. Nunca fui a uma missa do Galo, porque a criançada a essas horas estava demasiado agitada para isso, mas de resto foi igual. Sempre me desloquei para a aldeia (uma vez que moro na cidade) para comemorar o Natal, alargando o núcleo familiar para umas 10 pessoas à mesa, no mínimo, mas este já é o segundo ano em que não trocamos presentes, e não deixou de ser "Natal" por isso. Para mim, "Natal" significa regresso a casa para rever os rostos daqueles de que tanta falta senti nos últimos meses, e também muita gula (não podia deixar de ser) e o conforto de uma lareira.

É isso mesmo. Talvez estejamos a voltar ao básico e ao que é essencial.

Nunca houve tradição religiosa em minha casa e infelizmente nos últimos anos essas reuniões são impossíveis por aqui, portanto o natal agora não tem qualquer significado. Às 11 horas já eu estava a dormir

Para mim é um dia como os outros, a registar apenas o aumento de ofertas de chocolates.

Averróis escreveu:

Para mim é um dia como os outros, a registar apenas o aumento de ofertas de chocolates.

Acho que isto anula automaticamente o que disseste na primeira parte da frase.

RedHead escreveu:

Averróis escreveu:

Para mim é um dia como os outros, a registar apenas o aumento de ofertas de chocolates.

Acho que isto anula automaticamente o que disseste na primeira parte da frase.

No teu caso não anula, pois parece que aumentar o já vasto currículo de devoradora diária de chocolates é difícil. Hehehe.  

Averróis escreveu:

RedHead escreveu:

Averróis escreveu:

Para mim é um dia como os outros, a registar apenas o aumento de ofertas de chocolates.

Acho que isto anula automaticamente o que disseste na primeira parte da frase.

No teu caso não anula, pois parece que aumentar o já vasto currículo de devoradora diária de chocolates é difícil. Hehehe.  

Busted.   

O Natal já perdeu a magia da infância há muitos anos.
Como filho de pais divorciados, costumo passar o Natal ora na casa da minha mãe, ora na do meu pai. Este ano calhou ser na casa paterna. Jantar, uma ligeira conversa à lareira após o repasto e toca a regressar a casa.

E já que falo no Natal, aproveito para referir a passagem-de-ano.
Fui com a minha namorada e mais 3 casais para casa dos avós de um amigo em Seia.
Até à meia-noite, a coisa foi correndo bem; a partir daí, os homens dedicaram-se às cartas e a beber uns copos, o que ainda deu para rir um pouco, enquanto que as mulheres se dedicavam a ver a Casa dos Segredos. A minha namorada ainda era a única que de vez em quando vinha para ao pé de nós. As outras estavam coladas na TV. Passar o ano a ver TV?! Really?!
Ainda por cima, a brincadeira, entre comida, bebida, combustível e portagens não ficou barata.

Gotham escreveu:

Até à meia-noite, a coisa foi correndo bem; a partir daí, os homens dedicaram-se às cartas e a beber uns copos, o que ainda deu para rir um pouco, enquanto que as mulheres se dedicavam a ver a Casa dos Segredos. A minha namorada ainda era a única que de vez em quando vinha para ao pé de nós. As outras estavam coladas na TV. Passar o ano a ver TV?! Really?!

Honestamente, se a alternativa fosse jogar às cartas, eu também ia ver TV (mas não esse programa lol) Eu passei a noite a deambular com uns amigos até de manhã

No sítio onde estávamos, as alternativas eram poucas. Além disso, tínhamos connosco uma grávida, o que limitava ainda mais possíveis saídas de casa.
Na minha opinião, jogar às cartas (às vezes até com regras inventadas)
intercalando com outros jogos e uma boa e divertida conversa, é uma excelente forma de passar uma noite com os amigos.

A @Ceinwyn é no fun aloud. Jogar a "seja o que for" é awesome!! Fazer a passagem de ano a ver a casa dos segredos, é que deve ser desagradável.

O Natal para mim é o jantar com a família, a comida e as conversas à mesa: é apreciar aquele momento como único/especial, no fundo aquilo que podiamos fazer todos os dias. O meu Natal foi bom, a comer bacalhau com a familia e tive os "presentes" que precisava: duas camisolas bem quentinhas!

Não encaro o Natal como um acontecimento religioso, mas também não gosto da correria às lojas para comprar prendas de Natal como se fosse acontecer o fim do mundo... Esta crise já ajudou a atenuar essa tendência consumista que incentivava ao desperdício e que existia ainda há uns poucos anos atrás. Por outro lado, não tem que ser Natal para se dar uma prenda a alguém quando achamos que faz sentido.

Claro, Urânia, eu ofereço prendas, mas é sempre fora de época   não é uma tentativa de ser diferente, só não acho que faça sentido sentir-me forçada pelas convenções a comprar prendas para toda a gente numa data específica e, como a minha família também alinhou, pareceu-me totalmente natural.