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 António Vieira

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MensagemAssunto: António Vieira   António Vieira Icon_minitimeQui Jun 28, 2012 4:40 pm

Em Portugal cada um Quer Tudo

E quando os homens são de tal condição, que cada um quer tudo para si, com aquilo com que se pudera contentar a quatro, é força que fiquem descontentes três. O mesmo nos sucede. Nunca tantas mercês se fizeram em Portugal, como neste tempo; e são mais os queixosos, que os contentes. Porquê? Porque cada um quer tudo. Nos outros reinos com uma mercê ganha-se um homem; em Portugal com uma mercê, perdem-se muitos. Se Cleofas fora português, mais se havia de ofender da a metade do pão que Cristo deu ao companheiro, do que se havia de obrigar da outra metade, que lhe deu a ele. Porque como cada um presume que se lhe deve tudo, qualquer cousa que se dá aos outros, cuida que se lhe rouba. Verdadeiramente, que não há mais dificultosa coroa que a dos reis de Portugal: por isto mais, do que por nenhum outro empenho.
(...) Em nenhuns reis do mundo se vê isto mais claramente que nos de Portugal. Conquistar a terra das três partes do mundo a nações estranhas, foi empresa que os reis de Portugal conseguiram muito fácil e muito felizmente; mas repartir três palmos de terra em Portugal aos vassalos com satisfação deles, foi impossível, que nenhum rei pôde acomodar, nem com facilidade, nem com felicidade jamais. Mais fácil era antigamente conquistar dez reinos na Índia, que repartir duas comendas em Portugal. Isto foi, e isto há-de ser sempre: e esta, na minha opinião, é a maior dificuldade que tem o governo do nosso reino.
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MensagemAssunto: Re: António Vieira   António Vieira Icon_minitimeDom Jul 08, 2012 11:58 am

O Primeiro Amor

Questão é curiosa nesta Filosofia, qual seja mais precioso e de maiores
quilates: se o primeiro amor, ou o segundo? Ao primeiro ninguém pode
negar que é o primogénito do coração, o morgado dos afectos, a flor do
desejo, e as primícias da vontade. Contudo, eu reconheço grandes
vantagens no amor segundo. O primeiro é bisonho, o segundo é
experimentado; o primeiro é aprendiz, o segundo é mestre: o primeiro
pode ser ímpeto, o segundo não pode ser senão amor. Enfim, o segundo
amor, porque é segundo, é confirmação e ratificação do primeiro, e por
isso não simples amor, senão duplicado, e amor sobre amor. É verdade que
o primeiro amor é o primogénito do coração; porém a vontade sempre
livre não tem os seus bens vinculados. Seja o primeiro, mas não por isso
o maior.
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António Vieira
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