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 "Querem matar o Colégio Militar"

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MensagemAssunto: "Querem matar o Colégio Militar"   "Querem matar o Colégio Militar" Icon_minitimeQui Set 05, 2013 3:44 am

Já devem ter visto o anúncio na TV.
"Querem matar o Colégio Militar", ouve-se constantemente. Mas no anúncio não explicam. Não dizem "Querem matar o Colégio Militar devido à medida X, Y ou Z".
Será que querem fechar o Colégio Militar? Não... Então o que será? O que é que querem fazer ao Colégio Militar para acabar com ele?


Aparentemente, no entender desses indivíduos, tornar o Colégio Militar numa instituição mista (para homens e mulheres) é que é "matar o Colégio Militar"...

Citação :
A Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar (AAACM) realizou domingo à noite uma “ação de luto” em todo o país para contestar o despacho do Governo, que determina a transformação da instituição num internato misto.

A iniciativa decorreu em todas as capitais de distrito do país e consistiu na colocação de uma faixa negra nas placas toponímicas com nomes de antigos alunos do Colégio Militar que “se distinguiram ao longo da sua vida ao serviço de Portugal”, refere a associação.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação, António Reffóios, explicou que a iniciativa decorreu de “uma forma muito cívica e muito ordeira com um enormíssimo simbolismo” ao “chamar a atenção para os antigos alunos que serviram o país e que foram distinguidos através de inúmeras condecorações”.

Esta acção pretendeu “simbolizar a importância de preservar os valores e instituições, que sustentam a identidade da nação”.
“Teve um valor simbólico importante por pôr nessas pessoas esta indignação pela forma descuidada e irresponsável como o ministro da Defesa está a procurar fazer uma reforma que vai ser uma tremenda trapalhada”, sustentou António Reffóios.

O presidente da associação disse não compreender a reforma que o ministro da Defesa Aguiar-Branco pretende realizar, “sabendo que vai fazê-la contra tudo e contra todos por teimosia ou por outras razões”.

“Não conseguimos compreender tudo isto. Quando se propõem gastar três milhões para construir um internato para 170 alunas sem sequer perguntar aos pais das meninas se querem colocar lá as filhas”, exemplificou.

Com estas acções de luta, a AAACM pretende trazer para a discussão “um assunto que é nacional, que tem que ver com instituições de grande valor para o país e que não foi suficientemente discutido”.

“Queremos chamar a atenção de que este tipo de instituições não pode ser tratado desta maneira. Têm de ser tratadas com outro cuidado, com outra consideração e é só isso que pretendemos”, sustentou.

Ressalvou ainda que a associação não é “contra nada”, lembrando que há 13 anos que a AAACM reclama um conjunto de reformas para o Colégio Militar com vista a “melhorar e garantir a sua sustentabilidade”.

António Reffóios adiantou que a associação vai continuar a perguntar o porquê de esta reforma até ter “uma resposta capaz”.

Num despacho publicado no dia 8 de Abril, o ministro da Defesa determina a transformação do Colégio Militar num internato/externato com rapazes e raparigas e a consequente construção de infra-estruturas de internato feminino, absorvendo as alunas do Instituto de Odivelas.

Candidataram-se ao Colégio Militar, para o próximo ano lectivo, 353 alunos, e, destes, 84 são raparigas em regime externo, em consequência da integração com o Instituto de Odivelas, outro dos estabelecimentos militares de ensino não superior.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/antigos-alunos-do-colegio-militar-realizaram-accao-de-luto-contra-reforma-da-instituicao-1604659


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MensagemAssunto: Re: "Querem matar o Colégio Militar"   "Querem matar o Colégio Militar" Icon_minitimeQui Set 05, 2013 1:06 pm

Argumento que vi hoje na TV: "Não conheço nenhum colégio interno misto". Bom, então parabéns, vão ser pioneiros.
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MensagemAssunto: Re: "Querem matar o Colégio Militar"   "Querem matar o Colégio Militar" Icon_minitimeQui Set 05, 2013 10:06 pm

Não vi o anúncio. Ouvi há dias na rádio e alguém comentou comigo que tinha estado a ouvir os argumentos de um dos antigos alunos. Aparentemente, a questão nem é propriamente por se tornar num colégio misto. O colégio já é misto.

Neste momento há duas instalações onde os alunos se encontram: a das raparigas, o Instituto de Odivelas, e a dos rapazes, o Colégio Militar (não sei se tem outro nome) na Estrada da Luz, em Lisboa.

Há várias questões contra as quais os antigos alunos estão contra. Algumas que me constaram:

  • o encerramento das instalações de Odivelas que, ao que parece, é o primeiro passo para reduzir pessoal e capacidade de admissão de alunos;
  • a admissão de alunos (e alunas, claro está) apenas no colégio da Estrada da Luz, que implicará a construção de novas infraestruturas, e a concentração de mais alunos no mesmo espaço;
  • a perda de fundos significativos provenientes do estado;
  • a passagem da gestão do colégio para as mãos de privados, e consequente abertura do colégio a um público mais abrangente. Dadas as pretensões de obtenção de lucro, previsíveis com uma gestão privada e não subsidiada, tal desvirtuará a natureza do colégio acabando este por perder a sua vertente de formação militar, tornando-o em apenas mais um entre muitos.


A fusão das duas instalações, ao levar as raparigas para o mesmo sítio que os rapazes é apenas o primeiro passo. Infelizmente, a comunicação (social) à portuguesa continua a ser o que é...
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MensagemAssunto: Re: "Querem matar o Colégio Militar"   "Querem matar o Colégio Militar" Icon_minitimeQui Set 05, 2013 10:32 pm

Neste caso, a comunicação social não tem tanta culpa assim, já que tanto o anúncio criado pelos antigos alunos como todas as declarações que vi em telejornais não explicam absolutamente nada.
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MensagemAssunto: Re: "Querem matar o Colégio Militar"   "Querem matar o Colégio Militar" Icon_minitimeSex Set 06, 2013 9:11 pm

Daí o social estar entre parêntesis.
Quanto ao facto de o que vês nos telejornais não explicar nada, isso já ponho no parêntesis de novo.
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MensagemAssunto: Re: "Querem matar o Colégio Militar"   "Querem matar o Colégio Militar" Icon_minitimeQua Set 11, 2013 9:28 pm

Já vi o anúncio na TV.
Realmente, não dizem muito. A intenção parece ser apenas apontar para o site http://emdefesadocolegiomilitar.pt/ , onde julgava que houvesse mais informações. Como não consegui encontrar esclarecimentos sobre a questão, e o que está em causa, fiz uma pesquisa rápida e encontrei o seguinte texto, que passo a citar:

Pedro Chagas escreveu:
"Porque é que não querem meninas no Colégio Militar?" parece ser a questão que toda a gente coloca hoje em dia aos Antigos Alunos. Mérito da "máquina" de comunicação do MDN, que conseguiu focar a discussão nesta falsa questão, e demérito nosso, que não conseguimos focar a discussão nas questões centrais.

Vamos imaginar que este processo tinha sido gerido de forma participada e não com autoritarismo com verniz, e que o Decreto-Lei era o resultado dessa discussão, ouvidas todas as partes, discutidos todos os pormenores, e decidida a forma final por quem tem o poder para o fazer.

Porque é que este resultado final não serve?

O Colégio Militar tem 210 anos de história. Ao longo da sua existência a instituição foi mudando, mas houve determinados aspectos que se foram mantendo e que contribuem para que o "produto final" seja consistente ao longo dos anos. Uns chamar-lhe-ão "ADN", outros "ethos", outros "Alma", outros "mística", mas existe de facto qualquer coisa que faz com que as diferentes gerações de Meninos da Luz partilhem entre si valores que conduzem a comportamentos coerentes perante as situações com que se deparam, especialmente quando estas saem da normalidade. Este "ADN" é o factor que leva os pais a colocarem os seus filhos no Colégio Militar, reconhecendo o contraste face ao ambiente que se vive na maioria das escolas do País.

O mesmo pode seguramente ser dito do Instituto de Odivelas, e esta reforma começou por agarrar no "ADN" do Instituto de Odivelas e "mandá-lo pelo cano abaixo". Assim, sem mais conversa, uma forma de educar afinada ao longo de 113 anos e que tem apresentado bons resultados foi deitada fora sem que nada fosse tentado para a salvar, quer viabilizando o Instituto, quer garantido uma integração adequada no Colégio Militar. E isto foi feito "a sangue frio", sem que fosse discutido com a Associação de Pais e Encarregados de Educação e com a Associação de Antigas Alunas.

Como é que é possível encerrar-se assim uma escola como o Instituto de Odivelas, como se fosse uma qualquer escola do interior que ficou sem alunos por falta de crianças, e como é que é possível que ninguém com responsabilidades ao nível da governação do País se manifeste, são questões que ainda estão à espera de uma resposta. Uma decisão destas devia tirar o sono a quem a tomou, mas seguramente que os responsáveis dormem descansadamente, como se nada se passasse. Uma decisão destas, nem que seja pela forma como foi tomada, devia ter consequências políticas, mas estamos numa sociedade sem valores, que vê com indiferença a destruição do pouco que resta.

As alunas irão migrando para o Colégio Militar "aos bochechos", sendo integradas numa forma de funcionamento completamente diferente, e em 2016 a última despede-se de D. Diniz, apaga a luz e fecha a porta, e o Instituto de Odivelas estará oficialmente extinto.

Entretanto, esta reforma "agarra" no Colégio Militar e passa-o de uma tradição de 210 anos de internato masculino para um internato/externato misto em apenas 2 anos, sendo que a maior parte das mudanças são feitas logo no primeiro ano, passando a haver alunos internos entrados para anos avançados, alunos externos e alunas externas.

O "ecossistema" do Colégio Militar baseia-se numa estrutura liderada pelos alunos dos últimos anos, designados por "Graduados", que acumulam com as suas responsabilidades escolares as responsabilidades de gerirem o Batalhão Colegial. Esta mudança súbita de modelo, com tantas variáveis diferentes para integrar num só ano, vai irremediavelmente destruir o modelo existente, dando lugar a qualquer coisa de novo, seguramente muito distante do original.

O "ADN" do Colégio não vai conseguir resistir a uma mudança tão profunda num tempo tão curto, e dentro de poucos anos o Colégio Militar não será mais do que a Escola Secundária Militar da Luz, um externato igual a tantos outros, onde os alunos, se as famílias assim o desejarem, também podem pernoitar. E se o "produto" não for diferenciado, os clientes não o procurarão, o que levará à sua extinção.

Este Governo conseguirá, assim, destruir de uma só vez o "ADN" de duas escolas de prestígio. A isto é que se chama "fazer história".

O que é que pretendem os Antigos Alunos? Duas coisas simples: diálogo e tempo. Diálogo, para que se possa sair do autoritarismo com verniz que actualmente existe, para que as pessoas possam participar na discussão e tentar arranjar as melhores alternativas para preservar o que de bom existe nas duas instituições. Tempo, para que as mudanças que venham a ser decididas possam ser executadas de forma faseada, sem causar disrupção.

É só isto que os Antigos Alunos querem; tudo o resto é "ruído" causado pela "máquina" de comunicação do Ministério da Defesa Nacional para desviar o foco dos temas centrais.

A "certidão de óbito" do Instituto de Odivelas já tem data marcada. E, embora não seja tão explícito, a do Colégio Militar também. A Escola Secundária Militar da Luz pode durar mais uns anos, dependendo da disponibilidade das famílias para pagar por uma Escola Secundária com actividades extracurriculares, e da pressão imobiliária que houver sobre as instalações, mas já não será o Colégio Militar que conhecemos, que o País respeita e os Antigos Alunos amam.
Daqui: http://cm-357.blogspot.pt/2013/09/reforma-dos-estabelecimentos-militares_10.html
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MensagemAssunto: Re: "Querem matar o Colégio Militar"   "Querem matar o Colégio Militar" Icon_minitimeSeg Dez 23, 2013 3:43 am

Kraft durch Freude escreveu:
Não vi o anúncio. Ouvi há dias na rádio e alguém comentou comigo que tinha estado a ouvir os argumentos de um dos antigos alunos. Aparentemente, a questão nem é propriamente por se tornar num colégio misto. O colégio já é misto.

Neste momento há duas instalações onde os alunos se encontram: a das raparigas, o Instituto de Odivelas, e a dos rapazes, o Colégio Militar (não sei se tem outro nome) na Estrada da Luz, em Lisboa.

Actually, não, não é misto. Passará a ser agora, após a transição (caso se concretize mesmo).
Deixa-me clarificar:
Tanto o Colégio Militar como o Instituto de Odivelas têm sido duas instituições independentes entre si (e não uma só instituição com duas escolas), por muito que tanto o Colégio Militar como o Instituto de Odivelas sejam dependentes do Estado-Maior do Exército e ambas sejam instituições de ensino militar. Enfim, na prática tão independentes quanto as restantes escolas públicas o são entre si.
O Colégio Militar é uma coisa, o Instituto de Odivelas é outra. Um é uma escola masculina, o outro é uma escola feminina, respectivamente. Uma delas vai ser fundida com a outra, mas até à fusão o Instituto de Odivelas não pertencia ao Colégio Militar nem vice-versa.
Mas vamos supor que até eram a mesma instituição e simplificar o raciocínio: Continuava a não ser mista exactamente por separar os géneros masculino e feminino em instalações diferentes. Ora isso é, por definição, não ser misto.
Tal como várias escolas durante o tempo do Estado Novo não eram mistas. E mesmo as "escolas mistas" que existiam muitas vezes não o eram integralmente: saliente-se que as turmas (frequentemente) não eram mistas. Outra curiosidade: Os professores do sexo masculino não podiam dar aulas de educação física a alunas (com base no artigo 344 do decreto-lei nº 36.508, de 17 de setembro de 1947) mas isto já é offtopic. Mista é, verdadeiramente, quando não há uma triagem compulsiva com base no género.

Uma sandes para ser mista tem de incluir, por exemplo (mas não só), fiambre e queijo na mesma sandes. Fazer uma sandes mista não consiste em fazer duas sandes: uma de fiambre e outra de queijo, separadas entre si (peço desculpa pela apetitosa analogia, mas deu-me a fome e vinha mesmo a calhar).  Very Happy 


Kraft durch Freude escreveu:

(...)

  • o encerramento das instalações de Odivelas que, ao que parece, é o primeiro passo para reduzir pessoal e capacidade de admissão de alunos;
  • a admissão de alunos (e alunas, claro está) apenas no colégio da Estrada da Luz, que implicará a construção de novas infraestruturas, e a concentração de mais alunos no mesmo espaço;
  • a perda de fundos significativos provenientes do estado;
  • a passagem da gestão do colégio para as mãos de privados, e consequente abertura do colégio a um público mais abrangente. Dadas as pretensões de obtenção de lucro, previsíveis com uma gestão privada e não subsidiada, tal desvirtuará a natureza do colégio acabando este por perder a sua vertente de formação militar, tornando-o em apenas mais um entre muitos.

(...)

O Colégio Militar é uma escola pública. Qual é a fonte para as alegadas intenções de privatização?
Em relação ao argumento dos gastos, parece-me que também poderia ser argumentado o inverso: Ter duas escolas em separado implica para o Estado estar a gastar a dobrar em vários recursos, algo que podia estar consolidado de forma mais eficiente num só espaço que usufrua das mesmas infraestruturas (ou alargadas) e do mesmo pessoal (torna-se mais difícil rentabilizar meios e pessoal que poderiam estar mais facilmente a servir um só colégio e que de outra forma têm de ser multiplicados em maior número para se adequarem a duas instalações distantes uma da outra), tal como será mais complicado financeiramente sustentar dois hospitais ao invés de um só hospital, mesmo que alargado. Se for o caso, o apelo a uma maior contenção de custos para o estado poderá não ser o melhor argumento contra esta fusão, não sei. tongue 

Kraft durch Freude escreveu:
Já vi o anúncio na TV.
Realmente, não dizem muito. A intenção parece ser apenas apontar para o site http://emdefesadocolegiomilitar.pt/ , onde julgava que houvesse mais informações. Como não consegui encontrar esclarecimentos sobre a questão, e o que está em causa, fiz uma pesquisa rápida e encontrei o seguinte texto, que passo a citar:

Pedro Chagas escreveu:
(...)
Entretanto, esta reforma "agarra" no Colégio Militar e passa-o de uma tradição de 210 anos de internato masculino para um internato/externato misto em apenas 2 anos, sendo que a maior parte das mudanças são feitas logo no primeiro ano, passando a haver alunos internos entrados para anos avançados, alunos externos e alunas externas.
(...)
O "ADN" do Colégio não vai conseguir resistir a uma mudança tão profunda num tempo tão curto, e dentro de poucos anos o Colégio Militar não será mais do que a Escola Secundária Militar da Luz, um externato igual a tantos outros, onde os alunos, se as famílias assim o desejarem, também podem pernoitar. E se o "produto" não for diferenciado, os clientes não o procurarão, o que levará à sua extinção.

Este Governo conseguirá, assim, destruir de uma só vez o "ADN" de duas escolas de prestígio. A isto é que se chama "fazer história".
(...)
Daqui: http://cm-357.blogspot.pt/2013/09/reforma-dos-estabelecimentos-militares_10.html

Acabo por não ver grande argumentação sólida nessa lamúria (por falta de melhor termo) que citaste. Vejo duas falácias repetidas ad nauseam: uma de apelo à tradição e outra apelo à consequência, juntamente com uma certa admissão de que afinal consideram problemática a transição para um modelo misto, sim.

Pois bem, querem "mais tempo". 200 e tal anos de tanto "DNA", "mística" e "alma" (gabam eles) e acham que ainda é demasiado repentina uma transição para um colégio misto? Quanto mais descontos de tempo é que o senhor Pedro Chagas (e companhia) acha que serão necessários? Acabou por não propor uma medida de tempo concreta para a transição, uma que considere mais adequada. Bummer.  Suspect
Fica a pergunta face a um Portugal que já está mais que adaptado ao conceito de escolas mistas há várias décadas (e à respectiva adaptação de instituições ao modelo misto, inclusivamente as próprias Forças Armadas Portuguesas), onde me parece que estar a rotular esta decisão de "apressada" soa um pouco a um discurso anacrónico de quem deve pensar que está parado no tempo ou então prefere que jamais se concretize a mudança.
Posto isto, escusado será dizer que a "explicação" por ele avançada não me convence particularmente e acaba por continuar a não esclarecer grande coisa.
Tendo em conta a aparente relutância em oferecer uma medida de tempo que considerem mais adequada para a transição, parece-me que é mesmo uma alergia (ou aversão) a qualquer mudança desta natureza, independentemente da medida de tempo aplicada (que soa a cop-out, mas posso estar errado.... Quem sou eu para me pronunciar? Sou apenas um gajo que andou a levar com as lamúrias fúnebres e inconclusivas dos anúncios de TV, na pouca TV que vejo).

Já agora, poderíamos falar ainda sobre a polémica da uso recorrente da violência física dentro do Colégio Militar (recentemente revelada) e da respectiva complacência da chefia (entre outros) - que aparentemente estava a par do que se sucedia e que pouco ou nada se fez para rectificar a situação - mas não creio que seja o tópico apropriado para falar de forma muito aprofundada sobre o assunto... A não ser para frisar, como resposta ao que foi afirmado naquilo que citaste, a minha suspeita de que este caso possa vir a prejudicar bem mais a imagem do tal "produto" (que assim diferencia-se, sim, mas pelas piores razões), porventura bem mais do que o prejuízo hipotético da sua transição "fatal" para um colégio misto. Isto sim atenta de forma séria contra a imagem e honra (ou "DNA", "alma" ou "mística", o que lhe preferirem chamar) do colégio e se calhar - aqui sim - os pais pensarão duas vezes antes de lá colocarem os seus filhos ou as suas filhas. Mas sobre isto já não se fazem anúncios de aflição com direito a lágrimas de crocodilo na TV durante os intervalos da programação. Eu pelo menos não os vi, se calhar estive distraído.
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