Situação da rebelião no Egipto

Tópico sobre a situação dos protestos contra o governo de Hosni Mubarak.
Será o início de uma revolução e consequente golpe de estado?

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Aumenta pressão sobre Hosni Mubarak

Dezenas de milhares de egípcios voltaram a manifestar-se nas ruas, desafiando o início de um novo recolher obrigatório imposto pelas autoridades. Uma greve geral está em progresso e foi marcada uma nova grande marcha de protesto para terça-feira. O Presidente Hosni Mubarak tentou acalmar as multidões anunciando uma remodelação governamental, mas os manifestantes insistem na demissão do próprio Mubarak.


Entre os ministros agora afastados contam-se o das Finanças e o do Interior. Este último, Habib al-Adly era uma das personalidades mais detestadas pelos manifestantes pois era associado com a repressão violenta dos protestos que terá causado mais de 100 mortos. Foi substituído por um general do exército, Mahmud Wagdi.

Outros ministerios-chave, como o da Defesa e o dos Negócios Estrangeiros, continuam nas mãos dos anteriores detentores. Há 30 anos no poder, Hosni Mubarak ordenou ao primeiro-ministro Ahmed Shafiq que ponha em prática reformas democráticas e privilegie a criação de empregos.

"Até que Mubarak caia"


Mas nada disso parece já suficiente para acalmar os protestos. Muitos dos 50.000 manifestantes concentrados na praça Tahrir, no centro do Cairo, desvalorizavam a remodelação do Governo como um simples “bluff” e garantiam que aí vão permanecer na rua “até que Mubarak caia”.

O novo recolher obrigatório que entrou em vigor a partir das 15 horas de segunda-feira (14H em Portugal Continental) em nada parece ter afetado a determinação dos populares, que continuaram, durante a tarde, a circular livremente pelo centro da capital egipcia.

Entre os apelos a uma greve geral, bancos, escolas, muitos estabelecimentos comerciais e até a bolsa, continuaram fechados pelo segundo dia consecutivo.

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Aumenta-pressao-sobre-Hosni-Mubarak.rtp&article=411914&visual=3&layout=10&tm=7

Hoje há mais de um milhão na Praça Tahrir (mesmo agora, bem depois do recolher obrigatório), além de grandes manifestações também em Alexandria e Suez. Isto apesar do bloqueio da internet, SMS e televisões como a Aljazeera (os canais estatais estão a transmitir manifestações de algumas centenas de apoiantes de Mubarak). De notar que há gente de todas as idades e estratos sociais na rua e, segundo vários relatos, homens e mulheres juntos como não é normal acontecer em países maioritariamente islâmicos. Vi também vários manifestantes sublinharem a união entre crentes islâmicos e cristãos.

O presidente egípcio não diz nada e o Ocidente (que apoiou e apoia muitas destas ditaduras laicas, por lhe serem mais simpáticas que governos religiosos) não sabe bem o que fazer - há até quem tema um novo Irão. Pessoalmente, duvido, já que a Irmandade Muçulmana não parece estar a tentar tomar o poder, apesar de, aparentemente, ser o único apoio que muitos dos egípcios mais necessitados tiveram nos últimos tempos.

Seja o que for que daqui saia, dada a importância do Egipto no mundo árabe (seja nas relações com o Ocidente e com Israel - que já teme ser abandonado pelos EUA! - ou nos efeitos de tudo isto nos preços do petróleo), é sem dúvida um momento histórico aquele a que assistimos. Eu estou a adorar.

Ceinwyn escreveu:

é sem dúvida um momento histórico aquele a que assistimos. Eu estou a adorar.

Concordo, pode muitos trazer grandes e provavelmente boas mudanças. Esperemos que o extremismo islâmico não tome conta do país.
Sabe bem ver a população de um pais dessa região unida, apesar das diferenças.
Não acompanhei grande coisa disto por causa da viagem, apesar de ter visto um bocado num pub, estou-me a pôr a par desta situação.

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Mubarak abandona o poder, Egipto explode de alegria
11 de Fevereiro de 2011, 19:06

Ao 18º dia de protestos, com centenas de milhares de egípcios nas ruas, o presidente Hosni Mubarak abandonou o poder. A decisão chegou pela voz do vice-presidente egípcio Omar Suleiman. As ruas do Cairo explodiram de alegria.


Centenas de milhares de manifestantes reunidos na praça Tahrir, no centro do Cairo, explodiram de alegria com o anúncio da renúncia do presidente egípcio, após 30 anos no poder, relataram os jornalistas da Agência France Press no local.

"O Egipto é livre, o Egipto é livre", grita-se na Praça Tahrir. Os manifestantes choravam, dançavam e cantavam "Deus é o maior!". Na Tunísia as pessoas também asiram para as ruas e buzinaram para comemorar a saída de Mubarak do poder.

Num comunicado feito na televisão estatal, o vice-presidente Omar Suleiman anunciou que Mubarak iria, de facto, abandonar o poder: "Nas circunstâncias difíceis que o país atravessa, o Presidente da República decidiu resignar ao cargo de Presidente e confiou no Presidente das Forças Armadas que continue o país. Que Deus nos ajude".

O ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, é o líder do conselho que agora lidera o país. Tantawi, 75 anos, é conhecido por ser muito próximo ideologicamente de Mubarak.


Após dois discursos nas últimas duas semanas em que Hosni Mubarak recusou abdicar do poder, o presidente egípcio delegou no seu vice-presidente o anúncio de renúncia, numa altura em que se encontra, juntamente com a família, na estância balnear egípcia de Sharm el Sheikh, junto ao Mar Vemelho.

O opositor egípcio e prémio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei congratulou-se com a decisão de Mubarak: "Este é um grande dia na minha vida. O meu país está livre depois de décadas de repressão", afirmou à Associated Press.

UE espera reformas rápidas e profundas, Israel apela a transição calma

A União Europeia já reagiu afirmando que o presidente Hosni Mubarak ouviu a voz dos egípcios ao anunciar sua renúncia ao poder, declarou a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.

A decisão, acrescentou Catherine Ashton, é um caminho para "reformas mais rápidas e profundas" no Egipto. "O futuro do Egipto permanece, justamente, nas mãos do povo egípcio".

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, saudou a decisão do Presidente egípcio de "ouvir as vozes do povo egípcio" e resignar ao cargo, e instou o exército a atuar de forma responsável no processo de transição que se segue.

De Israel, chegarem do governo apelos de uma transição calma no Egipto e o desejo de preservar o tratado de paz assinado entre Israel e o Egipto em 1979.

O Hamas anunciou que comemora o 'início da vitória da revolução egípcia'.

O presidente norte-americano, Barack Obama, fará ainda esta tarde uma declaração sobre a renúncia de Hosni Mubarak, anunciou a Casa Branca.

Obama tomou conhecimento da decisão de Mubarak e da entrega do poder aos militares durante uma reunião na Sala Oval, informou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor.O presidente assistiu em directo à comemoração na praça Tahrir, no centro do Cairo, pela televisão.

@ http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1129183.html

Tenho seguido isto com bastante atenção e esta notícia deixou-me muito contente. Se correr bem a partir daqui, será uma prova de que a democracia não aparece através de invasões disfarçadas de libertações, mas só quando a população se mexe nesse sentido. E também mostrará que o Islão não é incompatível com a liberdade e a democracia, como muitos nos querem fazer crer.

Viva o Egipto

I am the revolution
I give it all my heart
This is the right solution
Tear it all apart

haha. Nesse caso: