Com 44% da população de ateus, Holanda transforma igrejas em livrarias, cafés e casas de shows

Citação :

Com 44% da população de ateus, Holanda transforma igrejas em livrarias, cafés e casas de shows


O mundo atual chega e as coisas antigas vão ficando para trás. É o que ocorreu com igrejas e templos na Holanda, que se transformaram em pubs, cafés, livrarias e até casas de shows.

Essa transformação ocorreu porque as instituições religiosas não têm mais recursos para manter as construções e elas ficam cada vez mais vazias por lá. Afinal, a última pesquisa realizada no país indica que 44% da população são de ateus. Enquanto os católicos ocupam 28%; os protestantes, 19%; os muçulmanos, 5%, e os fiéis das demais religiões, 4% da população.

Vale lembrar também que nem todos os crentes, que ainda são maioria no país, não costumam frequentar igrejas, templos ou locais de culto para praticar seus respectivos dogmas, ao contrário do que acontece em outros países como a Índia, por exemplo.

Alguns desses locais ficaram realmente bonitos, como a livraria Selexyz, que foi construída na igreja de Maastricht. Além disso, uma igreja do século 19 de Amsterdã virou uma casa de shows de rock, pop e sons internacionais, o Paradiso, que conta até com atrações brasileiras, como o Seu Jorge.

Dá só uma olhada:











@ http://www.techguru.com.br/com-44-da-populacao-de-ateus-holanda-transforma-igrejas-em-livrarias-cafes-e-casas-de-shows/

Os livros ficam bem em qualquer cenário.

Agora temos Café Bento! Upgrades hien?

Podiam ao menos fazer um esforço de escolher mobiliário adequado, que isso assim fica rasca com'ó [censored]

A ideia não é má de todo, desde que mantenham a preservação do edificio em si, acho brutal.
Já imagino o Mosteiro dos Jerónimos transformado em biblioteca.

Sinceramente não sei se é uma boa ideia. As pessoas podem não se identificar com uma religião e considera-la pouco correcta, daí a descrença, mas uma igreja Cristã como outro monumento religioso de qualquer outra religião costuma ter uma história por detrás e foi construído com um propósito, ser um local de fé, e embora eu não tenha sentimento religioso respeito quem o tenha e sobretudo valorizo o valor artístico e histórico que essas construções possuem. Mesmo que a reaproveitação dos espaços não seja destrutiva para os monumentos, a mim parece-me errado fazer cafés e pubs dentro de uma igreja, que afinal é um santuário, seria o mesmo que construir um mini-mercado em cima de um local sagrado numa floresta onde os druidas praticavam os seus rituais. Os grandes arquitectos que projectaram esses edifícios pensaram-nos para um fim e a forma como foram utilizados faz parte da sua história, não se devia misturar interesses financeiros (porque certamente o são, o tal sentimento de novidade, "vamos beber café à igreja"). Confesso que quando li isto pela primeira vez achei piada à ideia, pareceu-me inovador e proveitoso reaproveitar espaços não utilizados, mas comecei a reflectir e a minha opinião mudou. É bonito sim, e tem alguma graça, mas quando analiso a questão mais a fundo levantam-se problemas :s Como já disse, não sou religioso, apenas valorizo a história dos monumentos e o valor artístico que devem ser preservados, ao invés de serem utilizados como fins comerciais, porque em qualquer local se podia abrir uma biblioteca (embora a função de biblioteca seja mais aceitável) ou um café. Bem é só a minha opinião, um pouco diferente

Concordo com o Floresta e com a Vampiria.

Sim, convém não urbanizar as igrejas com mobílias, estantes e arquitectura que encontramos em qualquer shopping. São construções muito bonitas, desenhadas e erguidas por artistas e trabalhadores. Devíamos abraçar isso, e não adulterar. Mas de resto, a ideia é muito agradável.

Sim, compreendo o que queres dizer, Tiago, e concordo parcialmente com a tua posição. Cafés, pubs, e formas de divertimento leviano, que, como já disse, se encontram em qualquer shopping, e às toneladas, em qualquer cidade europeia, é perfeitamente decadente e insultuoso. Não para as crenças, mas para a História, e para as pessoas que ergueram tais construções. Lá está, a existência de livros, e cultura, no meu entender, é um elogio, e uma promoção para qualquer instituição e edifício. E de resto, é um conceito que faz parte da natureza de qualquer tentativa de interpretação verdadeira, e não dogmática, de qualquer religião. Não há verdadeiras crenças, sem conhecimento (ou busca do mesmo), portanto, as livrarias ou bibliotecas parecem-me adequadas.

Fora isso, e sou insuspeito neste campo, pois repudio o Cristianismo, gostava, no entanto, de ver a mesma ideia aplicada a mesquitas, ou sinagogas. Duvido muito que tal seja possível.

Tiago Costa escreveu:

Sinceramente não sei se é uma boa ideia. As pessoas podem não se identificar com uma religião e considera-la pouco correcta, daí a descrença, mas uma igreja Cristã como outro monumento religioso de qualquer outra religião costuma ter uma história por detrás e foi construído com um propósito, ser um local de fé, e embora eu não tenha sentimento religioso respeito quem o tenha e sobretudo valorizo o valor artístico e histórico que essas construções possuem.

Não quero com isto legitimar qualquer tipo de "saqueio" e desconstrução/reconversão de Igrejas como vingança, mas repara que ao longo da história tens inúmeros exemplos de locais de culto de outras religiões que foram tomados de assalto pelo Cristianismo e convertidos em Igrejas. Isto repete-se em relação a outras religiões, com especial incidência nas religiões abraãmicas, parece-me. Refiro isto porque
é um bocado ironia do destino.

Se a igreja não está em condições de prosseguir com o seu serviço, acho bem que seja reaproveitada para serviços úteis à sociedade. Se fosse transformada numa casa de fast food tipo McDonald's, aí sim, achava um bocado caricato e de mau gosto.

Tiago Costa escreveu:

Mesmo que a reaproveitação dos espaços não seja destrutiva para os monumentos, a mim parece-me errado fazer cafés e pubs dentro de uma igreja, que afinal é um santuário, seria o mesmo que construir um mini-mercado em cima de um local sagrado numa floresta onde os druidas praticavam os seus rituais. Os grandes arquitectos que projectaram esses edifícios pensaram-nos para um fim e a forma como foram utilizados faz parte da sua história, não se devia misturar interesses financeiros (porque certamente o são, o tal sentimento de novidade, "vamos beber café à igreja"). Confesso que quando li isto pela primeira vez achei piada à ideia, pareceu-me inovador e proveitoso reaproveitar espaços não utilizados, mas comecei a reflectir e a minha opinião mudou. É bonito sim, e tem alguma graça, mas quando analiso a questão mais a fundo levantam-se problemas :s Como já disse, não sou religioso, apenas valorizo a história dos monumentos e o valor artístico que devem ser preservados, ao invés de serem utilizados como fins comerciais, porque em qualquer local se podia abrir uma biblioteca (embora a função de biblioteca seja mais aceitável) ou um café. Bem é só a minha opinião, um pouco diferente

Queres maior exemplo de um propósito comercial que uma igreja em pleno funcionamento? Hehe. Não anda longe da verdade.
Repara que se já não estavam a conseguir dar conta do espaço e da devida manutenção, assim foi uma solução melhor que se arranjou. A menos que tenham chegado lá e tenham despejado as pessoas à força, acho que não há mal nenhum, se foi tudo acordado nos devidos conformes.