Tentativas de pensamentos xP

VOu usar o forum para guardar alguns pensamentos ja que o meu pc nao e de confiança (isot nao deve de interessar a niguem mas fica na mesma)
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A relatividade do Forte e do Fraco

Ao passo que para muitos a existência de normas culturais constitui para si razão suficiente para estabelecer noções de "forte" e de "fraco" ou de "alto" e de "baixo", vamos apenas dizer, sem querer cair em heirarquias expeculativas, que o "alto" se ressume apenas a uma definição cultural ou individual, definição essa que de "alta", e perdoem-me a contradição lógica, não tem nada. Ora compreedemos que uma pessoa evoluida, definindo, que passa por sucessivas fases ao longo da vida, tem como norma o facto de não ter normas, porquê? porque simplesmente vê as normas como algo intuitivo e básico já que estas foram ultrapassadas e assimiladas. Acontece então que nós não fazemos hierarquias com aquilo que para nós é simplesmente intuitivo e básico. Pelo contrario apenas hierarquizamos o que para nós teve um determinado custo a adquirir. Assim sendo teríamos de admitir que, se quem faz hierarquias as faz porque teve um determinado custo a receber as "aprendizagens de vida" entao ao vermos que as definições de "forte" e de "fraco" fazem parte de uma parte da nossa historia a qual já foi em si ultrapassada, e modificada por um relativismo Psicologico, criando assim uma hierarquia contraditória, pois não estamos nós a hierarquizar também?, então, como olhamos nós para aqueles que falam em "alto" ou em "baixo" sendo que já passamos por tal faze? E nessa suposta hierarquia que dizem existir, mas que faz parte da nossa infancia, estamos então acima ou abaixo? Caso estejamos abaixo então porque faz ela parte da nossa infancia? Ou se pelo contrario estamos acima porque a refutamos então? Mas que raio de hierarquizador somos nós que refutamos as nossas prorpias hierarquias?
Ora quando esta hierarquia é "montada" por varias pessoas em relação á nossa pessoa, devemos ou não dar credito ao que os outros dizem? Bem depende de que lado está razão mas então quem definirá a razão? O colectivo? Alguma entidade superior? A razão em si? Se o exclarecimento lógico faz parte do nosso passado, podem chamar-nos de ilogicos, algo que está para além (além sem aspas repare-se) da logica do nosso passado, entao como se define exactamente o que é superior sem recorrermos a uma assembleia, ou a uma doutrina? Ou mesmo á nossa consciencia individual. Pois, não sabemos. E não sabendo somos tão humildes!
Ora caso exista uma hierarquia determinada por uma assembleia, por exemplo, quando varias raparigas decidem entre si qual o rapaz que mais agradavel, então podemos fazer uma brincadeira: se essa definição for válida então o rapaz dirá presunsozamente "eu sou forte" mas se for falsa ele dirá, pois, que "as raparigas estão todas erradas". Afinal em que é que ficamos? As nossas definições são ou não válidas? Caso haja uma entidade superior que definia com um esquadro quem está certo e quem não está então como se explica que as definições de forte e de fraco façam parte do nosso passado, pois não podemos ter suplantado a entidade superior e estar mais certo de que ela, não, mas podemos afirmar que esta entidade, obviamente, é como nós,sim, e então não fará hierarquias. No entanto não estaremos a cair no mesmo erro ao criar essa entidade á nossa semelhança? Então em que é que ficamos?

Punição ou Compreensão

A punição é inversamente proporcional à compreensão pois aquele que compreende tem tendência para não punir, porquê? primeiramente porque compreende a razão do outro e assim sendo abdica da sua razão em função da razão do outro. Para compreender é preciso amar a outra pessoa, para punir é preciso ser-se detentor da razão. Assim sendo, e tendo em conta a nossa definição de evolução, estágios pelos quais a pessoa passa ao longo da vida, compreendemos que as crianças têm maior tendência para se punirem e só depois com a maturidade e com a experiência para se compreenderem. Raramente o passar do tempo ensina o contrario.
A culpa ganha uma certa relatividade á medida que vamos compreendendo e amando o outro. Uma pessoa quando faz algo haje sempre com uma definição do que é bom ou proveitoso. Assim sendo mesmo quando uma pessoa erra nunca a culpa poderá ser remetida para ela, pois se errou foi porque existem factores à sua volta que a influenciaram a errar. Mais reforço o meu argumento com a presunção de já ter passado por fazes em que achava que a punição em certos casos seria necessária.
Levando a coisa para o lado espiritual, e pondo a hipótese de existir uma entidade moralmente perfeita, essa entidade nunca poderia ser punitiva e ao mesmo tempo ser a criadora do objecto o qual vai punir.
Voltando ao estágios, é certo que a classe alta é mais punitiva que a classe baixa mas isto não é sinonimo de inteligência. Uma pessoa psicologicamente inteligente sabe como condicionar desde cedo a conduta da criança de modo a que esta não tenha de aprender com os seus próprios erros, a necessidade de punição aparece apenas quando o resto da educação falha.

Seriedade de Carácter

A seriedade pode ser um problema no relacionamento normal entre nós e o outros. As pessoas tendem a sentir-se julgadas quando postas na presença de um carácter mais complexo. Na formação da criança um pai ou mãe demasiado sérios podem provocar na criança sentimentos como falta de auto estima, a tendência para duvidar de si, assim como inevitavelmente a criança se tornará também ela seria a menos que sofra influencia do meio. E uma das características do ser humano é achar que a sua forma de ver o mundo é a mais certa. É portanto impossível transmitir ensinamentos a alguém sem com isso criar a ideia de superioridade, de que nós que somos melhores pelo menos que a média. Quem lida com crianças compreenderá bem o que é dito: quantas vezes já vimos aquele menino dizer que "sou o que joga melhor á bola" todos eles (nós) convencidos ao mesmo tempo de estar mais certo. Esta tendência para nos colocarmos no centro do universo é portanto o que tem de ser combatido na nossa personalidade e não o nosso lado "animal", pois o ser humano esta preparado geneticamente para socializar, seguir as normas comuns, sem com isso se "perder".

Feito à imagem do homem

As descrições de Deuses feitas pelos antigos têm sempre em conta uma personificação da entidade divina. Assim essa personificação atribui aos deuses personalidades humanas e o Deus Abraamico não foge à regra. Isso poderá explicar os diversos "defeitos" que Deus tem como a necessidade de ser adorado, o facto de ser ciumento, punitivo, por vezes "irado" outras "vagaroso em irar-se". Também a consciência de Deus é nacionalista abolindo as crenças normativas de outras regiões, não será isso um espelho perfeito do nosso etnocentrismo? E tendo nós a tendência para acharmos a nossa cultura superior obviamente Deus teria de ter os mesmos defeitos?

Cultura

Se por um lado foi dito que a cultura seria a expressão de Deus e da
criação, por outro, e maioritariamente, foi dito também que a cultura é uma
ilusão. Mas rejeitar a cultura como forma de saber, ou como um saber medíocre,
é ignorar por completo tudo o que sabemos incluindo a própria linguagem, arte, ciência...
a cultura apareceu no nosso meio exactamente como forma de
transmissão de conhecimento, sobretudo sobrevivências mas também medicinais.
Gosto de observar a cultura e de simplesmente achar que existem vários lados
desta: um lado mais frio, azul, lunar entre aqueles que desprezam o valor da
cultura advogando a suplantação desta, e um lado mais quente, vermelho, solar
entre aqueles que advogam uma integração plena a um centro espiritual, qual
baptismo aquático. Claro está que isto também dependerá de cultura para
cultura.


Mas como consideraremos nós a cultura em si, solar ou lunar? Com que
fundamentos? Com qual nos identificamos nós? E a nossa história evolutiva
levou-nos para que sitio? E os outros? Bem se olharmos primeiramente para as
crianças elas tendem assimilar tudo como uma esponja inserindo-se na cultura em
que está sem a criticar, somos portanto solares quando nascemos. Só com o tempo
algumas mentes que se dizem mais evoluídas decidem “sair” dos pensamentos pré
estabelecidos, procurando por si uma outra forma de cultura a qual consideram
superior. E o que acontece depois? Bem temos casos para tudo, uns ficam
sozinhos outros voltam como um eterno retorno, outros ainda que saem e entram
constantemente tirando partido dos dois mundos. Dai os ensinamentos dos mais
antigos parecerem contraditórios, se por um lado buscam a simplificação e dizem
que lá fora não há nada a procurar outros há que cristalizam-se e se fixam no
plano superior, complexo, onde vamos buscar a nossa felicidade através
simplesmente do pensamento. Ora como tenho o habito de estar sempre a entrar e
a sair de vários mundos terei de, obrigatoriamente, e contra a minha vontade, como o animal que sou,
assumir esta posição como sendo a mais evoluída sendo tudo um eterno passar de fase
em fase...

Tarde compreendemos que é o poder que move o homem

Quando alguns dizem que o homem nasceu para seguir os seus instintos e
que disso depende a felicidade fazem-no por não compreenderem o verdadeiro teor
da felicidade. Ora mesmo aqueles que advogam os setimentos esquecem-se que
existem sentimentos que vão contra outros sentimentos. Explicando, poderá ser
por pura necessidade de dominancia e de poder que os homens adquirem valores
morais, usando a celebre frase de que “saber é poder”. Assim que o homem começa
a ter noção de que o saber lhe poderá trazer beneficios, prazer, é capaz de
renunciar a outros prazeres em prol de simples reconhecimento social. Mais
poderá haver quem leve essa renuncia do prazer ao extremo e torne isso numa
obcepção, vivendo apenas por pura ambição, e até o ser mais basico poderá fazer
isso. Aqui é onde o teatro da vida deixa de fazer sentido, quando o homem vive
apenas por competição em função da competição, por puro prazer na competição.
Muitos serão famosos, idolos, e gente de influencia social que progrediram
graças a uma obsessiva necessidade de controlo e chefia. Criamos assim uma
sociedade que valoriza a obsessão pela riqueza e que pune a simplicidade.

Compreendemos também que quando um homem é infiel o é por uma questão de
poder mais do que sexual, pois se fosse uma questão meramente sexual as suas
necessidades poderiam ser saciadas com a sua paraceira, mas esta já não é capaz
de lhe dar algo mais que este quer: poder e reconhecimento. A chave para o
relacionamente eterno consiste assim em escolher parceiros que sejam imunes ao
poder ou que, por dificuldades da vida, se tenham abituado a uma certa posição
menos popular.

Auge do materialismo

Quando olho para a nossa sociedade vejo-a como o expoente máximo da
vaidade do homem, assim super complexa com informação comercial a cada virar da
esquina. Passamos dificuldades mas continuamos a ver anucios sobre coisas supérfluas as quais poderíamos passar sem. Nunca o ser humano foi tão
materialista e vaidoso ao ponto de vermos no material uma forma de elevação
social a qual tem de ser obtida custe o que custar. Vivemos rodeados de entretenimento mas nunca a vida foi tão deprimente, vivemos rodeados de
informação mas nunca esta foi tão menosprezada. Hoje em dia é mais importante
ter algum objecto de valor do que carácter, e muitas pessoas não esitariam em
trocar uma coisa por outra. As crianças fazem julgamentos baseados na roupa de
cada uma ou em capacidades vãs como os desportos ou as capacidades de sedução. É
o auge do materialismo, da luxuria, do desprezo pelo vizinho do lado, do egoísmo e do egocentrismos. Questiono-me se com o tempo as nossas crianças não
perderão ainda mais os seus valores altruístas e troca-los-ão por valores
rebeldes e materialistas. No outro dia vi nas notícias uma criança que vendeu
um rim para ter acesso a um telemóvel. Para onde caminhos nós? Quais são as aberrações
que o futuro nos espera? Será que com o tempo iremos perder totalmente a noção
da realidade natural e do altruísmo para vivermos na nossa ilusão material?
Qual caverna platónica mas mobilada? Temo sim, pela perca de noção de realidade
que nos espera no futuro. E quando essa perca da realidade se misturar com a perca da moral e, juntando a fome á vontade de comer, começaremos a assistir a crimes feitos por pura ambição material?

Ilusão da razão

Sempre que temos uma ideia, ou pensamos longamente no que havemos de
escrever, é inevitável entrelaçar os nossos sentimentos com a nossa
racionalidade, e isto acontece em qualquer ser humano por mais racional que
este se ache, mesmo que não se repare imediatamente. Mas arriscaria a dizer que
todos os nossos pensamentos provêem primeiramente de uma emoção ou de um
sentimento, e só depois racionalizamos logicamente. É esse primeiro impulso,
essa impressão, que nos faz dizer imediatamente se concordamos ou não com algo,
ou seja, por mais que se diga que não, é um processo puramente sentimental:
pensamos com as nossas emoções e não com a nossa racionalidade. Mais, a nossa consciência, queiramos ou não, funciona mecânicamente com emoções pré estabelecidas, tanto é que se uma ideia não for da aprovação da nossa consciência um sentimento, uma impressão, rejeita imediatamente e impulsivamente
a ideia. O processo de racionalidade é tudo apenas uma ilusão.


Ora num confronto de ideias é sabido também que não se deve apelar aos
argumentos mas ás emoções se queremos que a pessoa aceite o nosso ponto de
vista. Por isso em muitas religiões existem factores em jogo como recompensas paradisíacas (sentimento de poder), punição (medo) etc. Aquilo a que chamamos
de altruísmo não passa de um sentimento primitivo de maternidade e protecção do
nosso clã ou um mecanismo de recompensa competitivo, algo do género “se eu
fizer isto estarei mais próximo de Deus”.


Podemos
também chegar ainda a uma outra conclusão, se o que dissermos estiver correcto:
aqueles que se dizem próximos da lógica são, na verdade, os que têm mais
dificuldades em compreender os outros, pois toda a gente se julga dentro de uma
determinada lógica.

Pensamento e memória

Quando vem-nos à mente um pensamento, porque é que este nos apareceu e
não outro? Bem será uma questão de encadeamento, uma ideia traz outra parecida,
estas encadeiam-se entre si conforme os estímulos que provêem do exterior e
conforme as nossas necessidades. Bem mas então o primeiro pensamento partiu de
onde? E se fecharmos os olhos e esperarmos que algum pensamento nos venha
aparece-nos um pensamento não relacionado com nada do exterior, certo. O que é
que esse pensamento significa? Que função tem no nosso metabolismo? E porquê
esse e não outro? Bem não se sabe.


É engraçado como o homem sabe de tanta coisa do seu exterior e não sabe
a coisa mais fundamental da sua existência.


Afinal se é apenas o nosso subconsciente que rege a nossa vida, onde
está a racionalidade que julgamos existir em nós? Mesmo quando um cientista faz
uma descoberta de onde proveio esta? Da sua razão? Da aleatoriedade? Do seu
subconsciente?

Elações da depressão

As experiências de depressão a que tenho passado, ultimamente,
fizeram-me tirar certas elacções sobre a vida, assim como depois de qualquer
doença passamos a dar mais valor a determinadas coisas. Mas o homem não foge da
dor, alias, esta até pode ser benéfica na sua existência: frustração, ódio,
magoa, vazio ou qualquer forma de atrocidade que possa acontecer, tudo isso é preferível a ausência de sentir. De resto aquilo a que chamamos de felicidade
ou bem-estar não passa da existência de uma determinada hormona na nossa
corrente sanguínea, responsável esta pela motivação de viver. Se esta hormona
estiver mais presente em algumas pessoas, ou nos animais, somos obrigados a
admitir que eles têm mais razão de existência do que muitos que se acham
pensadores e felizes por isso. A sabedoria da felicidade consiste mais em
perceber como funciona essa hormona do que em alguma teoria abstracta.


Sabemos portanto que essas drogas que existem dentro do nosso corpo
funcionam exactamente da mesma maneira que outra droga qualquer. Quando a
pessoa se habitua a uma determinada dose precisa, inevitavelmente, de doses
maiores para obter os mesmos efeitos. Então não convém banalizar esta hormona,
pelo contrário, convém cultivar ao máximo a inexistência dessa hormona na nossa
corrente sanguínea. É um ciclo vicioso em que o sofrimento traz o bem-estar e o bem-estar
traz o sofrimento.

Na nossa sociedade em que o entretenimento esta em todo o lado, este
acaba simplesmente sendo desvalorizado com a consequência de que as pessoas
criam hábitos de estímulos com os quais já não conseguem passar. Não precisamos
de entretenimento porque estamos habituados mas sem este fica apenas o vazio.
Este torna-se então uma necessidade básica como beber. A nossa vida passa a
estar dependente da existência de máquinas em ciclos viciosos de bem-estar e
desprazer consecutivos, até ao vazio absoluto e á ausência de sentir. Isto tudo
acontece enquanto o entretenimento é novidade porque assim que este acaba
voltamos à nossa necessidade primitiva de simplesmente conviver.

Megalomania

Consideramos o sofrimento como importante na formação de uma criança,
tanto quanto os afectos. Sem este apenas a megalomania dos antigos réis, que
matavam por tudo e por nada, permanece. Estes réis assassinos e queimadores de
Roma, tinham todos por semelhante o facto de serem réis absolutos e de terem
uma vida de luxo desde criança, pelo que se pressupõe que, qualquer pessoa, com
uma má educação pode de facto tornar-se destrutiva. Ora acontece que se uma
criança, seja ela qual for, nascesse com determinados privilégios em relação a
outras inevitavelmente esta criará para si um sentimento de superioridade do
qual não quererá abdicar. Isto pode explicar o caso de alguns suicídios por
parte de excelentes alunos ou de pessoas ricas que perderam tudo e que não conseguem
remeter-se para um lugar comum. É pois através da negação dos nossos sonhos e
ambições que aprendemos a media-las, a ter em conta os nossos limites, a
duvidar das nossas capacidades e a combater esse mal que é o nosso narcisismo intrínseco.


Voltando ao caso dos réis, todos eles felizes com a sua vida enquanto
outros não, e comparando-os com a nossa sociedade actual, vemos que existem algumas
melhorias: estes não queimam cidades hoje em dia, apenas florestas,
nem executam por tudo e por nada, apenas ignoram um doente que não tenha dinheiro
para pagar os medicamentos. Evolução histórica à parte acontece que aqui o mal
já não é da falta de negação ao longo da vida mas o facto de olhar para os
outros com um sentimento de superioridade, causado pela posição social, pela
riqueza, e pelo próprio sistema, que ensina as pessoas a ver os outros como números numa folha. Acontece então que sem relações de afecto entre as pessoas
e se estas não se conhecerem o ser humano tende a comportar-se moralmente pior
do que um primata, já que os nossos instintos altruístas não actuam se não houver
afecto.

A necessidade de perfeição


Não é por caminharmos em direcção ao poder que todos os homens se
modificam. Existem alguns que, mesmo tendo o poder que ambicionam, seja este
poder tudo ou nada, continuam a procurar melhorar-se. Porque o fazem? Bem não é
uma questão de poder porque já o têm, nem de medo de o perder, pois este foi
tornado indiferente, mas assim como uma criança não precisa de motivação para
brincar, nem é por procura de poder que ela brinca, também o homem não se move
apenas em função deste. Existe no homem também uma necessidade de sublimação
que lhe é natural, mas uma sublimação que não implica elevação, não implica o
sentimento de poder, simplesmente o faz por necessidade de perfeição. É como
sentir que se tem uma casa desarrumada e ter a necessidade de a arrumar, não
que se ganhe alguma coisa em arruma-la, não porque se tem medo do estado de
desarrumado, mas porque a necessidade de perfeição cria desconforto na pessoa
quando as coisas não estão perfeitas. E assim o homem é movido a arrumar a
casa. Outrossim a casa não foi arrumada porque me fazia feliz que tal acontecesse,
alias, o facto de a arrumar até me fez infeliz.


Também de todas as persepções que tenho, a que gosto mais, e por isso
considero-a superior, como animal que sou, é a que diz que” percepções não
servem para nada”. E perdoem-me a contradição lógica.

Filósofos naturais

Mas que ideia arrojada a de dividir os filósofos em naturais e
estudiosos! Mas tal como diziam os antigos “saber muitas coisas não faz a
pessoa mais inteligente” assim como estudar filosofia não faz a pessoa necessariamente
filosofa. Somos todos filósofos, desde que pensamos e tiramos elações da nossa
vida, mas à que separar a simples erudição, o saber histórico de quem foi Sócrates e o que defendia, de algo mais complexo, intrínseco e vocacional.
Quando os antigos diziam que filosofia era o amor à sabedoria não estavam
certamente a falar em decorar a tabuada, então falta pois definir que tipo de
sabedoria faz o filósofo. Tal como dissemos o simples escrever por dinheiro ou
porque é chique ou porque recebi uma educação de escritor não faz a pessoa um
escritor. Pode até ter feito alguns livros mas para mim não é escritor. Por
vezes questiono-me até que existe mais sabedoria nos ditados populares do que
em muitos livros ditos “eruditos” ou “de filosofia”. Pois bem a filosofia
perdeu-se quando deixou de ser algo vocacional, entre o povo, para passar a ser
algo erudito, chique, e quando as pessoas passaram a querer ser filosofas
porque isso lhes trazia uma certa fama. A partir daí começam a aparecer os
pensadores que de pensadores não têm nada e que discutem coisas supérfluas em
vez de se preocuparem com algo mais profundo. Em termos comparativos podemos
comparar os filósofos iniciais, gregos, que se despojavam de bens materiais em
prol de uma vida de sabedoria em comparação com os pensadores de hoje que,
sendo abastados, não são capazes sequer de reconhecer a sua conduta impropria,
nem de usarem a influência que têm. Existe uma certa diferença não?

Critica aos cães com o rabo a abanar

Aqueles que vêm no amor uma forma de se afirmarem ou uma espécie
de ascensão pessoal estão, de facto, a pensar primeiramente neles e só depois
nas necessidades da pessoa amada. Quero com isto dizer que uma pessoa que
procure um tipo de amor mais puro deve ter cuidado com a abordagem maioritária
do amor. Ora quem ama não tenta mudar a outra pessoa, pelo contrário, muda-se a
si em prol da pessoa amada, mesmo que isso implique dor. É por egocentrismo nas
suas necessidades que se pede a alguém para mudar o seu comportamento.

É engraçado que aqueles que advogam o amor são também os que
têm mais dificuldade em compreende-lo. Tal como tudo na vida o amor só faz
sentido se for algo raro e difícil de alcançar, torna-lo pois algo vulgar é
menosprezar a sua importância e restringi-lo apenas às necessidades básicas,
como se o amor fosse apenas as nossas necessidades.

Outra constatação engraçada é que aqueles que advogam o
prazer são também por norma os que mais se queixam da vida dizendo varias vezes
que esta está mal ou é injusta. No entanto quando se fala em felicidade são os
primeiros a aconselhar o que se deve fazer, quais detentores da verdade. Num
mundo onde tudo parece estar ao contrário os burros dão conselhos enquanto os sábios
se calam.

Continuando se o prazer carnal fosse causa de felicidade teríamos
de admitir os cães como mais felizes do que nós mas só quando estão com o rabo
a abanar.

Mais, existe uma relação entre a nossa maturidade e o facto
de nos apaixonarmos facilmente.

Buda disse que o desejo era causa de infelicidade, nós
diremos mais: a necessidade de ver no amor uma vitória pessoal é em si, para
além de uma infantilidade, um complexo de inferioridade. Ou seja quando se quer
ascender, está-se em baixo (complexo).

Obejctos diarios

A ciência das vendas consiste em introduzir nas pessoas necessidades...as
quais elas não têm nem precisam. No outro dia vi a noticia de um jovem que quis
casar com o PC, um caso extremo claro (nos dias de hoje), mas juntando isso às atrocidades
religiosas, e tendo em conta que o principal objectivo das vendas é fazer com
que as pessoas adorem um determinado objecto, penso que não será radical da
minha parte dizer que no futuro as marcas serão tão idolatradas como os símbolos religiosos. A perca de noção da realidade, objectivo dos vendedores,
começa logo desde cedo quando a criança ainda está premiavel a varias influencias
não tendo ainda uma noção do mundo real, assim como acontece na religião, estas
estão vulneraveis a serem manipuladss pelo sistema. Não sei o que o futuro nos
espera mas sempre que oiço alguém dizer que “não consigo passar sem telemóveis”
penso para comigo “e se aqueles gajos da marketing fizessem o pessoal a pensar,
heim?”

Falando mais amigavelmente o caso dos telemóveis tem por base a
necessidade de comunicação e de auto afirmação para fazer com que a pessoa
precise mesmo do telemóvel ou, pelo menos, acreditar que sim, assim como os
crentes precisam de um Deus com determinadas características para justificar a
sua existência. Pode até mesmo ser apenas uma questão de afirmação social, mas
ponho-me a imaginar no futuro que tipo de objectos precisaremos para a nossa
auto afirmação e que outras necessidades poderão ser exploradas, isto sempre com
o objectivo, claro está, de tirar os lucros máximos não importa quanto terá o
povo de trabalhar, este sujeita-se, corta na comida ou nas férias e adere,
basta para isso fazer os desenhos animados certos. Tal como escreveu um
escritor será que no futuro teremos maquinas até para abotoar a camisa, ou para
mexer o café? E que tal um brinquedo que sirva para atar os atacadores?

Critica às galinhas


Não sei quem ensinou aos homens que ser cavalheiro ajuda com as
mulheres, quando está provado que elas gostam é de quem as maltrata. Aliás um
homem que vê na mulher algo de especial foi porque ainda não compreendeu a sua
natureza. Quanto mais conhecemos as pessoas mais animalizadas estas nos
parecem. São raras as mulheres que compreendem que aquilo que precisam não é um
coração de pedra, infinitamente distante, mas alguém que a ame de verdade. Outrossim
o homem que vê na mulher ideal uma forma de se sublimação esquece-se que a existência dessa mulher não é plausível tendo em conta a sua natureza. Ele
acaba por se amar a si próprio, e ao seu ideal, de uma maneira narcisista.


Assim a mulher aprende desde cedo a manipular tudo e todos ao seu redor,
gastando a sua alma absorvendo energia, pintando-se para dar nas vistas, e
canalizando as suas energias para questões sociais as quais vê como sendo
superiores, ou reais. É nessa luta diária que perde a sua personalidade própria,
moldando-se às influências do mundo. Assim como um espelho apenas reflecte a
realidade a mulher é, maioritariamente, incapaz de pensamento criativo próprio,
muito menos de espírito critico. E pior do que isso acha-se mais certa que o
homem.


Quando criticada a mulher simplesmente tenta uma estratégia qualquer de
manipulação para desviar o homem de suas ideias, convencida de que o melhor
para ele é “viver a vida”.


No entanto questiono-me se, por amor, a rectificação da natureza da
mulher possa ser viável. Se tivermos algo a compreender no outro lado do universo
deverá sempre ser com o intuito de reformular, nunca perdendo de vista a nossa
personalidade em função das massas. Aqueles que insistem em trocar as nossas
verdades por uma adaptação ao mundo feminino, sendo servis como cães, serão
sempre uma espécie de “bobo de toda a gente”, que se usa para deitar fora e
se...recoloca.

Educar com tacto

Deparo-me agora, nesta fase em que me encontro, talvez no futuro isto me
pareça uma infantilidade, com uma conclusão que tem tanto de problemática como
de interessante: quanto mais coerciva for uma educação maior é a relutancia dos
alunos a aderirem. Isto implica que uma boa educação terá de ser
obrigatoriamente uma educação positivamente manipuladora. Assim também quando se
escreve algo ter-se-á de ter em conta factores como a motivação da pessoa que
lê, assim como as suas necessidades, entre outros. Não queremos contudo dizer
que a repreensão não é necessária, mas que deve ser usada com tacto, tacto esse
que me falta a mim.

Na bíblia, por exemplo, são usadas diversas vezes formas de motivação
para que o povo siga a justiça. São comuns então frases como “segue-me e farei
de ti pescador de homens” ou “farei da tua geração como a areia do mar”. No
entanto teremos de realçar que essas frases servem apenas de motivação e não
devem ser levadas em conta do ponto de vista teológico. A busca consiste em
encontrar as chaves psicológicas que possibilitam a abertura de portas nas
mentes das pessoas... e nas nossas...

A relatividade da beleza

Aprendi com o tempo que uma mulher com um bom património genético, ou
seja, alta e bonita, nem sempre pode levar o homem a um sentimento de segurança,
isto devido aos defeitos que normalmente as mulheres mais populares e mais
corpolentas têm. Pelo contrário uma mulher mais modesta estará mais protegida
contra esses mesmos defeitos, falamos do egocentrismo feminino, sendo que o
homem terá tendência a se identificar com os sofrimentos dela, o que leva não
só a uma identificação como a um sentimento de segurança. A habituação ao corpo
dela por si só é suficiente para rejeitarmos completamente qualquer definição
idealista de beleza, alias, a própria definição de beleza não é estanque no
tempo nem no espaço. É importante portanto saber julgar pelo carácter e não
pela aparência.

O princípio hierarquizador da mulher

A tendência que a mulher tem para fazer hierarquizações, que no fundo
pretendem justificar a sua existência, é, e vamos tentar ser simpáticos, uma
forma de egocentrismo. Ao dizermos que fulano tal é incapaz ou válido mediante a
sua consciência individual, as suas aprendizagens e a suas percepções próprias
estamos inevitavelmente a colocar as nossas percepções individuais no centro do
universo. Esse egocentrismo acaba quando por algum motivo nos deparamos com uma
realidade, que não é a nossa, e que por algum motivo é mais popular ou mais
aceite pela sociedade. Por exemplo por questões de afectividade acontece alguns ídolos, mesmo que adolescentes, serem populares e adquirirem determinada fama, isso não quer dizer que este seja mais inteligente que os outros homens mas
porque simplesmente criou relações de afectividade com o povo. Outro problema
acontece quando algumas guardas prisionais se apaixonam por um determinado
recluso, que sendo ou não mais inteligente que os outros, tem uma atitude moral questionável. A relatividade impom-se e a necessidades femininas de competição tornam-se causa de infantilidade, quando nos esbarramos com tentativas
infortunas de tentar provar que “o meu namorado é melhor” a qual outra responde
“não o meu é que é”. Ora isto faz lembrar aquelas conversas entre os miúdos que
dizem “toma lá o meu pai é melhor que o teu porque é engenheiro”.

De resto a própria natureza da mulher, que a leva a cobiçar o que não
pode ter, é causa de vários problemas e contradições. Imagine-se então o que
acontece àquela que possui o seu príncipe perfeito mas que o deixa de valorizar,
por já ser seu, e sonha com um outro não tão popularmente aceite. Acontecerá
então que enquanto a assembleia se decide por um, ela, preferirá o outro. Então
acontece que para ela a opinião alheia é simplesmente relativa. No tempo e no espaço.

A fábrica de sombras

A ignorância do povo é algo bem-vindo por parte dos governadores que temem perder o seu poder. E faz parte da própria estratégia governamental deixar o povo nessa ignorância, ensinando-lhes a se acomodar em vez de
criticar. Assim o povo vive asfixiado pelas contas que tem a pagar sentindo que
estas são normais, de que não há outra alternativa e de que o regime político
actual é o melhor, seja este de esquerda ou de direita seja uma democracia ou uma
ditadura. É normal até aqueles que defendem a classe alta ganharem eleições democráticas com os votos da classe trabalhadora, já que não existe muita informação entre o povo, e os meios de comunicação encarregam-se de dar importância aos “principais” partidos. De resto o povo quer-se instintivo, materialista, submisso, de preferência com menos maturidade do que eu, apático, influenciável e mais preocupado com o que há de vestir do que motivado a mudar
as coisas. Assistir a um discurso político é uma excelente forma de aprender estratégias de retórica e de desenvolvermos as nossas capacidades de ludibriar
os outros.

E o povo obedece...

Até já os jogadores de futebol gozaram com a situação, disse uma vez um
idolo conhecido: se todos se preocupassem com o país como comigo, se calhar estávamos melhor. A própria midia que, embora não pareça, está sob o controlo
dos burgueses, é uma fábrica de sombras platónicas preparada para toldar não só
o estilo de vida, como a forma de ser, orientando e reencaminhando as pessoas
para as suas empresas, lojas e centros comerciais como quem dá ração a animais
obedientes que até agradecem tal coisa.

Inverter o processo e tornar a fabrica das sombras em algo benéfico até
seria relativamente fácil, teoricamente, impossível na pratica, já que ninguem
ganha dinheiro em estabelecer na terra um paraíso. Paraiso? Quem quer saber
disso, venha mas é os anúncios de perfumes e os jogos de
futebol que esse é o nosso paraíso!

Os grandes, os pequenos e os assim-assim

Hoje passei por uma tabuleta de uma terra que
tinha como brasão dois castelos e uma vaca. Presumo que a vaca já tenha sido,
um dia, sinonimo de riqueza material, embora hoje em dia ver na posse de vacas
uma forma de ascensão social não estará muito na moda. Mas achei engraçado o
povo daquela região expor a vaca, que não era uma vaca qualquer, era leiteira,
como símbolo da região. Talvez hoje tivesse sido um carro e em tempos mais
primitivos uma tapeçaria. Mas questiono-me o que no futuro as pessoas pensarão
da nossa tão amada publicidade.

Desde sempre o ser humano fez a questão de
deixar bem claro que hierarquias sociais existiam, definindo concretamente e
separando os pequenos, dos grandes, dos assim-assim numa espécie de tu vales 5 aqueloutro vale 15. Olhamos para os carros e
existem carros para os grandes, pequenos e assim-assim, olhamos para a roupa e
existe roupa para os pequenos, os grandes e os assim-assim, olhamos para as
casas e os electrodomésticos e é a mesma coisa. É engraçado que mesmo entre a
classe trabalhadora é mais normal aceitar as tais hierarquias do que
contesta-las, aliás, o sonho de qualquer pobre era ter aquilo que vêem todos os
dias na televisão mas que nunca terão. E assim vivem as pessoas felizes, ora, eu questiono-me até se algum presidente tentasse acabar com tais hierarquias que tipo de problemas ele teria para levar a medida a avante.