Como me sinto hoje

Quantos de nós obtiveram as suas convicções políticas ou os seus credos religiosos a partir dos seus pais? No entanto dizemos que "são nossas".
Quantos de nós obtiveram as ideias, estilos de indumentária e formas de estar a partir de outras origens? No entanto dizemos que "são nossas".
Por vezes dizemos que somos realmente donos das nossas ideias, quando no fundo herdámos a ideia a partir de outra fonte... Mesmo quando não é herdada a 100%, creio que não é incomum ser criada como uma manta de retalhos a partir de diversas posições já existentes que estudámos e que nos pareceram interessantes.

Na verdade, se pensarmos bem, geralmente até nem há uma extraordinária "exclusividade" na nossa essência no que toca a esse aspecto. A maior parte daquilo que nos constitui é herdado e assimilado a partir daquilo que nos rodeia. Muito mais do que nos apercebemos. Quando dizemos que temos algo realmente original e único às vezes pode nem ser assim tão original e único...

É tudo bem mais complexo do que pode parecer à primeira. Foi isso que me pareceu relevante dizer, até porque é um fenómeno curioso que fará *certamente* parte da nossa essência humana.

Mas claro que me oponho ao roubo de ideias realmente únicas e a consequente obtenção de benesses com isso... Isso geralmente até acontece mais é no mundo das tecnologias, onde há uma grande guerra dentro do software proprietário ou no design de objectos, conceitos e funcionalidades, que geralmente acaba por ter de se recorrer às patentes e tudo mais...
Nesse caso o plágio descarado e malicioso (feito com intenções menos boas) é mau.

Paralelamente temos uma vertente cada vez maior de uma filosofia diferente dessa: a livre partilha. O chamado "Open Source" é muitas vezes baseado neste tipo de princípios onde todos podem beneficiar e partilhar livremente das ideias e trabalhos dos outros, desde que não as vendam sem oferecer também um contributo (lá está, para prevenir o aproveitamento pouco ético).
Tudo em nome de um bem comum.